Um pouco mais, por muito menos. É o saldo do Fluminense em campo nos últimos seis meses. O Tricolor, que reduziu gastos para esta temporada, terminou a primeira metade do ano com resultados ligeiramente melhores em relação ao mesmo período de 2016, quando o time era mais caro.
Com folha 25% mais barata e elenco mais jovem, o Fluminense tem 56,1% de aproveitamento em 2017. No primeiro semestre do ano passado, o time — que chegou a ter Fred, Diego Souza e Cícero — registrou 53,5%. Mas a maior diferença está no poder ofensivo, já que a equipe atual marcou 20 gols a mais. O ataque é, hoje, o melhor do Brasil, com 78.
— Colhemos resultados relativamente bons em um prazo até curto. Porque não é rápido trabalhar com garotos — analisa o vice de futebol Fernando Veiga.
O dirigente explica que a redução de custos com o futebol era a única alternativa para o Fluminense este ano. A nova diretoria assumiu com previsão de poucas receitas e muitos gastos:
— O torcedor fala que só contratamos o Lucas. Mas quem está pagando a vinda do Orejuela e do Sornoza somos nós. E não são baratos. Fora os gatilhos nos contratos dos jogadores (aumentos exponenciais) que engessaram a folha. Como estaríamos agora se não tivéssemos uma divisão de base forte?
O bom aproveitamento da base é um dos segredos para o time não ter caído de produção apesar da queda no investimento. Mas a diretoria reconhece que, não fosse pelo técnico Abel Braga, o sucesso não seria o mesmo.
— Claro que ele fica preocupado por ter muitos jovens no time. Mas comprou o projeto e tem absoluto controle sobre os jogadores, além de suas qualidades técnicas — completou Veiga.