Fundador da torcida gay do Timão diz que foi agredido na Avenida Paulista

Felipeh disse que preferiu não fazer um boletim de ocorrência.

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O fundador da torcida gay do Corinthians, Felipeh Campos, vem sofrendo represálias por defender a causa gay no futebol. O criador da Gaivotas Fiéis afirma ter sido agredido na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, na última quarta-feira, por um torcedor corintiano.

Felipeh relatou que estava na companhia de um amigo em uma banca de jornal quando um homem lhe deu um "esbarrão" e começou a ofendê-lo com palavras como "bicha" e "veado".

"Ele disse para mim: "Aí mano. Vai ficar pequeno para você, quero ver se você vai entrar no estádio com a sua torcida. Aqui é Corinthians. Vou te pegar, vou te pegar", contou o integrante da Gaivotas Féis, que afirma ter respondido com uma provocação. "Virei para o meu amigo e disse: "esses são os primeiros a descerem para o vestiário".

O fundador da organizada gay disse que o torcedor só parou de proferir xingamentos quando ele ameaçou chamar os policiais que passavam na rua no momento para incriminá-lo por crime de homofobia.

"Foi uma situação que eu não sabia como resolver, tive que encarar o meu homem, colocar meu macho pra fora. Porque se ele viesse para cima, apanhar eu não ia", conta.

Felipeh disse que preferiu não fazer um boletim de ocorrência. "Não me senti constrangido porque de tudo que ele me xingou, eu já sei. Sou assumidamente gay, não me acho bicha, nem veado. Mas é a forma como as pessoas costumam se referir, não é nada daquilo que eu não seja. É redundante".

Felipeh Campos diz que o incidente na Av. Paulista foi a primeira agressão que ele sofreu pessoalmente. Ele já vinha recebendo ameaças e xingamentos por meio das redes sociais. Por isso, seu Twitter e seu Facebook vêm sendo monitorados pelo setor de crimes digitais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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