O meia Paulo Henrique Ganso, do Santos, representante da nova geração de Meninos da Vila, completa 22 anos nesta quarta-feira, dia 12 de outubro, feriado de Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil, e Dia das Crianças. É um jovem que saiu há pouco tempo da adolescência, mas já tem experiência de veterano.
Estourou em 2010, jogando muito, brilhando com a camisa 10 mais famosa do futebol. Foi alçado ao estrelato instantâneo, virou o meia ?ideal? para comandar a Seleção Brasileira, considerado o herdeiro natural do posto de que já foi de Pelé, Rivelino, Zico, Ronaldinho Gaúcho, Kaká.
De repente, sentiu o mundo desabar sobre sua cabeça quando sofreu uma gravíssima lesão no joelho esquerdo em agosto do ano passado. Justamente quando vivia seu melhor momento, logo após a conquista da Copa do Brasil. Nos sete meses em que passou se recuperando da cirurgia, teve de lidar com uma ferrenha briga de bastidores entre seus representantes e o Santos, que nunca conseguiram entrar num acordo para ampliação do contrato do meia. Foi ?vendido? para Corinthians, Internacional, Paris Saint Germain. Toda hora tinha de vir a público explicar que não havia assinado nada com clube nenhum.
Voltou a jogar neste ano e, novamente, embarcou numa roda-viva. Conquistou o Paulista, a Taça Libertadores, mas sofreu a decepção do fracasso brasileiro na Copa América. Para piorar, duas lesões musculares. Ele ainda se recupera da segunda e não tem data certa para retorno. Na última segunda-feira, 35 dias após se machucar defendendo a Seleção Brasileira em amistoso contra Gana, em Londres, ele voltou a correr no CT Rei Pelé. A expectativa é que o meia possa estar em campo contra o Flamengo, dia 23 de outubro, no Engenhão.
Tudo isso com apenas 22 anos. Caso para terapia? Não, garante o craque. Ele diz que procura exorcizar seus fantasmas sozinho. O travesseiro é seu conselheiro.
- Acho que não preciso de terapia. Nunca pensei em usar. Procuro sempre manter a cabeça tranquila, esquecer as brigas e manter o foco no meu trabalho.
O maestro santista esteve na última terça-feira fazendo a festa de meninos e meninas atendidos pelo Núcleo de Amparo a Crianças e Adultos com Câncer (Nacac). Ele foi o convidado de honra da homenagem feita aos pequenos pela instituição, que cuida de cerca de 400 pessoas da Baixada Santista.
Após posar para muitas fotos, dar autógrafos e entregar presentes para a garotada, Ganso falou sobre seus planos para o futuro. Disse que sua principal meta é voltar a jogar bem, estar em condições plenas de ajudar o Santos no Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão, e, claro, recuperar a camisa 10 da Seleção. Admite que a volta antecipada após a primeira lesão muscular, em maio, para que pudesse jogar a final da Taça Libertadores, e o excesso de jogos após a conquista continental atrapalharam o seu ano.
O craque afirmou ainda que transferência para a Europa não está em sua pauta no momento e garantiu que disputará a Taça Libertadores de 2012 pelo Santos.