A press?o da torcida do Juventude sobre a equipe do Corinthians nesta quarta-feira, no Est?dio Alfredo Jaconi, n?o se resumiu a arremesso de objetos no gramado e cuspes. O goleiro Felipe escutou insultos racistas durante toda a partida, que terminou com vit?ria corintiana por 2 a 1.
"Todo mundo ouviu. Eles acham que preto n?o sabe jogar bola, que s? branco sabe. Foi bom a gente ter ganhado. Vou comemorar muito essa vit?ria", afirmou.
N?o ? a primeira vez que Felipe faz den?ncias racistas. Nesta S?rie B do Campeonato Brasileiro, o goleiro j? reclamou de ser chamado de "macaco" pela torcida do ABC, em Natal. Na ocasi?o, disse que combater o tema era "a mesma coisa que bater em ponta de faca".
Em 2005, Felipe acusou Paulo Carneiro, ent?o presidente do Vit?ria, de lhe desferir ofensas semelhantes ap?s a equipe ser rebaixada ? S?rie C. O pr?prio jogador, por vezes, chega a brincar com a situa??o. Quando ganhou uniforme amarelo da patrocinadora do Corinthians, protestou com bom humor: "Preto com amarelo ? sacanagem, n?? As pessoas me chamar?o de lombada".
Para o Juventude, den?ncias de racismo tamb?m s?o comuns. Envolveram at? um hoje corintiano. O diretor-t?cnico Ant?nio Carlos, zagueiro da equipe ga?cha em 2006, acertou uma cotovelada no ex-gremista Jeov?nio e acabou expulso de campo. Ao deixar o gramado do Est?dio Alfredo Jaconi, fez o gesto de que mais se arrepende na carreira: esfregou o bra?o com os dedos, em refer?ncia ? ra?a do advers?rio.
Tamb?m jogando pelo Juventude, o volante J?lio C?sar registrou queixa contra os torcedores da pr?pria equipe ga?cha por ser xingado de "macaco" em partida contra o Atl?tico-MG, em agosto do ano passado. Em 2006, Tinga, ent?o no Internacional, provocou uma puni??o do Superior Tribunal de Justi?a Desportiva (STJD) ao time de Caxias do Sul depois de receber insultos parecidos.
Felipe, no entanto, duvida de uma nova san??o. "A puni??o maior para o Juventude ? continuar na segunda divis?o. E, no ano que vem, "quem sabe cair para a S?rie C", desabafou o goleiro do Corinthians. J? o ga?cho Mano Menezes minimizou: "N?o sei direito o que aconteceu. Mas essas pessoas que se referem a profissionais de cor negra s?o uma minoria, que se esconde no anonimato. Infelizmente, as penas costumam ser brandas".