O Ministério da Saúde deu aval para o guia médico da CBF para retorno do futebol em meio à epidemia do coronavírus. Mas deixou nas mãos de autoridades municipais e estaduais decidir quando será permitida a realização de partidas —o Rio de Janeiro já teve reinício do Carioca. Com informações do UOL.
A CBF elaborou um guia de protocolo para retorno de competições nacionais, Brasileiro e Copa do Brasil, com 30 páginas. Foi o primeiro passo para saber quando voltar os campeonatos que ainda não têm datas.
Publicado nesta semana, o documento foi enviado para análise do Ministério da Saúde. A pasta respondeu com um ofício em que diz que o guia está em conformidade com diretrizes do Ministério e faz algumas sugestões. Mas o governo federal deixa claro que caberá a Estados e municípios aprovar jogos em cada local.
"Cabe ressaltar, que o retorno das atividades futebolísticas em cada localidade deverá ser pactuado com gestão local, levando-se em consideração seu cenário epidemiológico e as medidas que estão sendo aplicadas na localidade", diz o documento.
O departamento médico da CBF já está ciente desta necessidade de aprovações locais. Por isso, não tem data para o Brasileiro e espera o que será testado nos Estaduais. Ou seja, teria de haver uma liberação em todos os Estados com times na Série A.
"Tem que ver Estado por Estado como vai estar. O Paraná pode começar a fechar, o Rio Grande do Sul pode fechar também", analisou o chefe do departamento médico da CBF, Jorge Pagura. "Quem falar em data vai errar."
Resta, portanto, à CBF ir aprimorando seu protocolo enquanto não chega a hora de competições. Os testes são recomendados antes dos jogos, mas não são obrigatórios pelo documento. Mas a entidade deixa claro que vai, sim, bancar testes PCR para os clubes no início, e depois o acompanhamento por anticorpos em um percentual de jogos.
As máscaras são obrigatórias para quem não estiver em campo. E há ainda regras para comportamento de jogadores como evitar contatos físicos antes e depois das partidas. Em seu documento, o Ministério da Saúde sugeriu que cuspe em campo não deve ser aceito em hipótese nenhuma.
Outra preocupação do governo é que sejam tomados cuidados para que os jogos não provoquem aglomerações fora dos estádios por torcedores.
"Na fase de competição, deve ser levada em consideração a preocupação com o efeito da retomada das competições, sobretudo o risco de aglomerações ocorram durante a realização das partidas com os portões fechados". Mas, ao final, o Ministério da Saúde classificou o documento da CBF como "pioneiro" e recomendou que fosse usado como guia para outras modalidades.