O piloto Lewis Hamilton comemorou, no GP da Austrália, a condenação do brasileiro Nelson Piquet pelas falas racistas e homofóbicas proferidas durante uma entrevista de 2021. O tricampeão da F1, em decisão da justiça na última sexta-feira (25), deve pagar R$ 5 milhões para entidades de promoção da igualdade racial e combate à LGBTQIA+fobia.
Na comemoração, o heptacampeão da Mercedes reconheceu o trabalho do governo brasileiro em responsabilizar Piquet pelo discurso racista e homofóbico. Halmilton ainda destacou que essas atitudes não devem ser toleradas e "amou" o posicionamento das autoridades sobre o caso.
"Logo que isso aconteceu, eu comentei sobre isso e ainda acredito que não devemos dar atenção para essas pessoas cheias de ódio. Mas eu gostaria de reconhecer o que o governo do Brasil fez, é impressionante que tenham responsabilizado alguém e mostrado às pessoas que isso não é tolerado. Racismo e homofobia não são aceitáveis, não há lugar para isso em nossa sociedade. Por isso, amo que tenham mostrado que eles se posicionam" comentou Hamilton, em entrevista à imprensa no GP da Austrália.
Relembre o caso
Nelson Piquet, durante uma entrevista de 2021, se referiu duas vezes à Lewis Hamilton como "neguinho", ao falar sobre a colisão do heptacampeão com o bicampeão Max Verstappen, no GP da Inglaterra no mesmo ano. A entrevista somente viralizou em junho do ano passado, o que levou repercussão para a condenação de Piquet.
"O "neguinho" meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, "aqui eu arranco ele de qualquer maneira". O "neguinho" deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem", disse Piquet na entrevista.
Outras partes da mesma entrevista viralizaram na internet. Dessa vez o ex-piloto proferiu pelavras homofóbicas à Hamilton onde insinua que o mesmo foi derrotado por Nico Rosberg no campeonato de 2021 por "estar dando mais c...".
Hamilton, rebatendo as ofensas do brasileiro, foi às redes sociais e publicou um tweet onde questionou quem seria Piquet e cobrou combate à comportamentos e mentalidades racistas. A F1, rivais britânicos e a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) também se posicionaram sobre o caso.
Outras entidades de promoção da diversidade racial e da comunidade LGBTQIA+ abriram processo contra Piquet, que foi acatada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DTF). A sentença, dada pelo juiz Pedro Matos de Arruda, pediu condenação do ex-piloto no começo de março.