Depois de nove anos de São Paulo, o volante Hernanes se despediu oficialmente do clube na manhã deste sábado. Negociado com o Lazio (ITA) por dez milhões de euros R$ 23 milhões), dos quais 75% (R$ 17 milhões) ficam para o São Paulo, e 25% (R$ 6 milhões), para Hernanes e seus investidores. O clube italiano fará o pagamento em duas parcelas: uma agora, e a outra em dezembro. No total, o camisa 10 disputou 216 jogos com a camisa do São Paulo e marcou 35 gols.
O que dizer para o torcedor do São Paulo?
Queria falar duas palavras: muito obrigado. Quero agradecer o torcedor que me acolheu, que me deu moral, me deu crédito. É uma emoção incrível você entrar no estádio e ouvir o seu nome ser gritado. Queria ter na cabeça o nome de todas as pessoas que me ajudaram no São Paulo desde a base. Estou aqui desde 2001, foi muito tempo. Tenho ótima relação com todos os funcionários. Só tenho a agradecer de coração por tudo que fizeram por mim.
Aventura na Europa
Essa é a hora adequada para sair. Durante todo o tempo que estive aqui, fui plantando muita coisa. Agora não me falta nada. Estou pronto para jogar fora do país e construir uma carreira no Exterior. Além disso, o Lazio sempre mostrou interesse. Chegou aqui e, desde o início, deixou claro que faria o esforço que precisasse para me contratar. Não teve papo furado como tantos outros
Como é sair sem o título da Libertadores?
Isso não pesa contra. Estava acordado antes que, ganhando ou não, eu sairia. Meu ciclo no São Paulo teria se completado se tivesse conquistado o título da Libertadores. O que eu podia fazer pelo São Paulo, eu fiz.
O que conhece do novo clube?
Não conheço muito. Vou procurar me informar antes de me apresentar. Quando estive com o André Dias (zagueiro que jogou no Tricolor e também defende o Lazio), ele só me falou coisas boas. Falou que a cidade de Roma é ótima para morar e que o clube tem muita estrutura. Quero fazer lá o que fiz no São Paulo. Quando cheguei em 2001, botei na cabeça que queria fazer algo diferente e não ser mais um e consegui. Quero fazer uma carreira brilhante lá também.
Time sentirá sua falta dentro e fora de campo? (Volante sempre usava frases de efeito para motivar os companheiros)
Olha, no começo vai sentir alguma falta, tanta eu deles, quanto eles de mim. Mas temos jogadores que podem fazer esse papel (motivacional) muito bem, tem muita qualidade. Como sempre disse, o grupo é muito bom e a falta será superada.
Ausência do companheiro Jean
Ele, sem dúvida, foi um grande parceiro, grande amigo, tanto dentro quanto fora de campo. Estamos sempre juntos desde 2002 e não vou encontrar outro parceiro que nem ele. Mas daqui a pouco encontro ele por lá também e a vida segue. Teremos contato sempre. Não vou ter aquele cara sempre do meu lado, mas estaremos juntos.
Ultima impressão que fica
Fica a imagem de um cara que não desistiu nunca, que lutou em busca dos ideais coletivos e individuais.
O que o amigo cientista achou da transferência? (Em uma de suas coletivas, o volante disse que esse "amigo" fez um projeto que faria Hernanes se tornar um jogador completo)
Achei que vocês não fossem perguntar isso. Ele é o J. Alves, que foi treinador da base do São Paulo. Na hora certa, eu daria o nome dele. Nessa parte da negociação, ele não teve participação, mas disse que será importante para mim para que eu possa crescer mais ainda.