O Brasil é o país do taekwondo. Pelo menos na categoria até 87kg, após a World Taekwondo publicar na última quarta-feira, 1, a lista atualizada do ranking mundial da modalidade, em que o vice-campeão mundial Icaro Miguel figura em primeiro lugar, menos de um ponto a frente do russo Vladislav Larin (247,90 x 247,50). Um feito inédito para o Brasil no masculino, que emociona o lutador brasileiro:
“Almejava isso, sabia que era possível, mas se tornou bem real depois que consegui dar uma alavancada em 2018. Estou muito feliz e um pouco surpreso, pois achei que o primeiro lugar viria após o campeonato pan-americano deste ano, que acabou adiado. É uma felicidade, uma realização”, diz o atleta, que disputará os Jogos Olímpicos de Tóquio em uma categoria abaixo, a até 80kg.
Antes de Icaro, somente a medalhista olímpica e atual coordenadora técnica da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), Natália Falavigna, havia alcançado o topo do ranking mundial: foi em 2009, na categoria acima de 73kg.
O mineiro de Betim tem uma história de superação: após sofrer acidente doméstico aos seis anos, perdeu a visão do olho direito. Dois anos depois, Icaro, que sempre gostou de filmes de artes marciais e tinha o desejo de virar ninja, pediu para aprender alguma luta, e seu pai o matriculou no taekwondo. O resto é história.
Conheça a história de Icaro Miguel, o “ninja” do taekwondo brasileiro
Outros atletas brasileiros também estão bem posicionados entre os melhores do mundo. Edival Pontes, o Netinho, que garantiu uma vaga nos Jogos de Tóquio na categoria até 68 quilos, está na sexta colocação do ranking mundial. A dona da terceira vaga olímpica do país no taekwondo, Milena Titoneli, é a oitava entre as até 67kg. Paulo Ricardo Melo, por sua vez, ocupa a vice-liderança entre os atletas com até 54 quilos, enquanto Caroline Santos é a quarta na até 62 quilos.