O misto frio do Inter, sem sete titulares, foi mais do que suficiente para bater o Flamengo por 1 a 0. Um fato, duas conclusões: primeiro, a comprovação de que o Colorado embalou e segue pegando velocidade em tempos de luta pelo título da Libertadores; segundo, a percepção de que o Rubro-Negro terá mesmo que remendar suas limitações se quiser ter a mínima chance de repetir a conquista do ano passado. Taison, no primeiro tempo, fez o gol de uma vitória incontestável dos gaúchos na tarde deste domingo, no Beira-Rio.
Foi o quarto triunfo seguido do Inter, que chega a 19 pontos e se consolida no G-4 do Brasileirão. Celso Roth mantém 100% de aproveitamento em jogos oficiais. O Flamengo estaciona nos 16 pontos e adia o objetivo de ficar entre os quatro melhores.
Agora, os cariocas têm uma semana para solucionar os problemas e encarar o clássico contra o Vasco, domingo, às 18h30m. O Inter, no mesmo dia, tem Gre-Nal no Beira-Rio. Mas nem está pensando nisso. Na quarta, duela com o São Paulo no Gigante. É o primeiro jogo das semifinais da Libertadores.
Golaço de Taison coloca o Inter na frente
Golaço: palavra sonora, superlativa, nascida para ser sinônimo daquilo que Taison fez aos quatro minutos do primeiro tempo no Beira-Rio. Foi uma pancada seca, precisa, quase lá da intermediária. A bola viajou sem escalas até o ângulo, aquele espaço tão amaldiçoado pelos goleiros. Marcelo Lomba voou porque está escrito na carteira de trabalho dele que ele tem que voar. Inútil. Nem cinco Lombas emendados um no outro defenderiam o chute. Golaço.
E de pensar que o Flamengo, segundos antes, quase marcou. Petkovic alçou, em escanteio, uma bola que chegou até a cabeça de Rômulo, a ponte dela até o travessão de Renan. Era um sinal de que o Rubro-Negro aproveitaria a ausência de sete titulares no Colorado para comandar o jogo. Sinal falso, porém. O Inter foi o dono da etapa inicial.
Tudo passa pela compactação que Celso Roth, em seu quarto jogo oficial, conseguiu dar ao Inter, e que Rogério Lourenço ainda procura no Fla. O primeiro fez Taison jogar muito; o segundo segue buscando o ponto ideal para figuras como Vinícius Pacheco. É por essas e outras que os mandantes, depois do gol, colecionaram outras cinco chances nos primeiros 45 minutos, enquanto os visitantes, bem mais pobres, se resumiram a um cabeceio muito perigoso do zagueiro Jean ? em cruzamento, nenhuma novidade, de Petkovic.
O Inter, com Tinga e Guiñazu juntos, ganha uma movimentação quase incomparável. Wilson Matias, mais fixo, eliminou o sistema de articulação dos flamenguistas. Com força defensiva e saída para o ataque, a equipe gaúcha teve o caminho aberto para ameaçar o Flamengo. Lomba, aos 26 minutos, furou em bola e quase permitiu que Everton marcasse o segundo. O próprio goleiro abafou a conclusão. Juan, Taison e Sobis, duas vezes, arriscaram de longe, mas sem sucesso.
Dez minutos de eletricidade
O técnico Rogério Lourenço percebeu que precisava mudar o desenho da partida. E resolveu colocar Marquinhos e Val Baiano nas vagas de Rômulo e Diego Maurício. O Flamengo solucionou um de seus problemas: passou a atacar com maior força, mas não deixou de ser ameaçado.
Bateu uma eletricidade no gramado do Gigante na largada do segundo tempo. Sucederam-se chances de lado a lado. Petkovic desperdiçou cobrança de falta na primeira oportunidade da etapa. O Inter respondeu com chute de Rafael Sobis no travessão de Lomba. Taison, no rebote, mandou para fora. Na sequência, Leo Moura bateu falta por cima.
Pouco depois, Vinícius Pacheco não conseguiu vencer Renan (que chegou a deixar a bola escapar) dentro da área. Em seguida, Taison mandou pancada, o goleiro do Flamengo desviou e a bola voltou a acertar a trave. Lances e mais lances em dez minutos de segundo tempo.
A partir daí, o jogo perdeu fôlego. O Flamengo ainda tentou colocar Cristian Borja, que pouco fez. O Inter deu um descanso para Taison, Rafael Sobis e Tinga, todos muito aplaudidos. Com uma chuva forte caindo no gramado e poucas novas chances de gol, as duas equipes se despediram da partida, cada qual com sua realidade: o Inter sonhando alto, o Flamengo precisando espantar a chegada de pesadelos.