O acidente de avião que matou o atacante argentino Emiliano Sala, em janeiro do ano passado, foi ocasionado por uma falha do piloto, mostrou uma investigação oficial. David Ibbotson perdeu o controle e a aeronave quebrou enquanto voava rápido demais.
Sala, com então 28 anos, estava partindo de Nantes, no oeste da França, para estrear se apresentar ao Cardiff City quando o pequeno avião em que ele viajava desapareceu no Canal da Mancha.
"O piloto perdeu o controle da aeronave durante uma curva realizada manualmente", diz o comunicado do Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos citado pelo agência de notícias “Reuters”.
"A aeronave sofreu subsequentemente um rompimento em voo enquanto manobrava uma velocidade no ar significativamente superior à sua velocidade de manobra. O piloto provavelmente foi afetado pelo envenenamento por monóxido de carbono", acrescentou.
Disputas judiciais
Era uma noite fria de uma segunda-feira de inverno quando o avião Piper PA-46 Malibu deixou o Aeroporto Atlântico de Nantes, na França. A viagem rumo a Cardiff, no País de Gales, nunca chegou ao fim. Foram 17 dias de angústia e buscas pelo Canal da Mancha até a confirmação do pior. Emiliano Sala, atacante que vivia a melhor fase da carreira e se transferia do Campeonato Francês para o Inglês havia morrido aos 28 anos de idade. O corpo do piloto David Ibbotson nunca foi encontrado.
Pouco mais de um ano depois da tragédia, a morte do jogador ainda rende comoção e uma disputa judicial. O Nantes tenta receber pela transação, que o Cardiff questiona na Justiça. Enquanto o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) delibera sobre o último recurso do caso.
Sala estava no clube desde 2015 e era um dos destaques da arrancada do Nantes no Campeonato Francês de 2018/2019. Tinha 13 gols marcados e estava atrás apenas de Mbappé e Nicolas Pepe na artilharia do torneio quando foi negociado.
As 15 milhões de libras (mais de R$ 74 milhões) eram o maior investimento da história do Cardiff, clube galês que compete no futebol inglês e lutava contra o rebaixamento na Premier League naquele momentoA primeira das três parcelas pelo reforço deveria ter sido paga em fevereiro de 2019. O Cardiff, no entanto, não cumpriu o acordado. Primeiro alegou que estava aguardando a conclusão das investigações e das responsabilidades. Depois afirmou que a transição não havia sido completada.
Todos os argumentos foram rechaçados pela Fifa, que apesar de entender as particularidades únicas do caso, determinou o pagamento dos primeiros 5.3 milhões de libras em setembro do ano passado. O Cardiff recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte, que só deve anunciar o veredito em junho de 2020. As parcelas restantes vencem em janeiro de 2020 e janeiro de 2021.