O goleiro Júlio César buscou os lados positivos da campanha do Brasil na Copa do Mundo de 2014 após a derrota por 3 a 0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar, no último sábado, em Brasília. Aos 34 anos, o jogador mais experiente da Seleção declarou que voltar às semifinais após dois Mundiais em que o time caiu nas quartas foi um ponto a favor para um time "tão jovem", e citou o exemplo da Alemanha, que levou praticamente o mesmo time para a Copa de 2010 e voltou mais forte neste ano.
Dos 23 jogadores convocados pelo Brasil, apenas seis já haviam estado em edições anteriores de Copa: Daniel Alves, Thiago Silva, Fred, Ramires, Maicon e o próprio Júlio César. Em 2018, porém, só cinco do atual elenco da Seleção chegarão à Copa com menos de 30 anos: Paulinho, Neymar, Oscar, Willian e Bernard.
"Levando em consideração que o grupo foi formado em um ano e meio, ter chegado à semifinal de uma Copa no Brasil, com 17 jogadores que tiveram oportunidade de jogar pela 1ª vez uma Copa do Mundo... Serve como preparação para 2018. Acho que todos nós queríamos esse título, mas pegando o exemplo da própria Alemanha, essa safra teve chance de jogar outros Mundiais, não conseguiram, e chegaram nessa Copa do Mundo muito mais amadurecidos", lembrou.
Júlio César terá 38, mas não quis falar sobre o futuro imediato na equipe nacional. "Muita coisa está passando pela minha cabeça, não posso tomar nenhum tipo de decisão agora. Vou falar com minha família, com as pessoas que me conhecem muito bem. Não sei o que pode ser o ideal. A gente tem que pensar que é uma Copa em que chegamos na semifinal, com a maioria dos jogadores jovens, contra uma seleção que já vem se preparando de outras edições de Copa. Mas 2018 está logo ali, passa muito rápido", disse o camisa 12.
Para o capitão Thiago Silva, o momento é de fazer um balanço e lembrar também do que deu certo ao longo dos últimos anos na Seleção Brasileira. O zagueiro disse que o time estava "no caminho certo" até a goleada por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal, mas agora terá que recomeçar a caminhada em busca do hexa, passando por Eliminatórias Sul-Americanas que prometem ser mais complicadas que as anteriores.
"A gente tem consciência de que tem que começar tudo de novo, estava tão perto e agora tem mais quatro anos de trabalho. É ter tranquilidade, porque não está tudo errado. Claro que os dois últimos jogos mostram o contrário, como se estivesse tudo errado, mas eu acho que não está. A gente estava no caminho certo, foi eliminado de uma forma muito dura, que com certeza abalou todo o grupo para o jogo seguinte. Mas, como time, temos que resgatar o orgulho do brasileiro pela Seleção", afirmou.