Joel Santana voltou a dirigir o Flamengo em uma partida da Libertadores após quase quatro anos. E sua última participação ainda está bem fresca na memória dos rubro-negros. Depois de vencer o América, no México, por 4 a 2 nas oitavas de final da edição de 2008 do torneio, o Maracanã foi palco de um verdadeiro vexame da equipe carioca. Um sonoro 3 a 0 mandou o Flamengo para fora da competição.
Talvez pensando na cautela que não teve naquele jogo específico, que Joel resolveu montar uma retranca feroz no jogo desta quarta-feira, ante o Lanús, na Argentina. Apesar do ponto conquistado fora de casa com o 1 a 1, ele admitiu que o Flamengo foi dominado pelos donos da casa.
"No futebol, vale o resultado. Fomos dominados? Fomos dominados. Mas se não entrássemos da maneira como entramos, teríamos tido mais dificuldades. A escolha foi certa. Nossa estratégia era marcar forte para não deixar que eles nos empurrassem para dentro da nossa área", justificou Joel.
Para explicar as suas opções, a entrada de Maldonado, e a preferência por Airton no lugar de Bottinelli, ele saiu com uma explicação inusitada.
"Coloquei dois marcadores, o Willians e o Airton, e o Maldonado no meio porque ele fala a língua dos caras. Foi importante ter ele ali na marcação", comentou. Mas ele não usou o mesmo critério com o argentino Bottinelli, que também fala espanhol.
Fato é que mesmo que o gol de empate do Lanús tenha saído pouco depois da entrada de Bottinelli no lugar de Airton, o Flamengo melhorou após a entrada do argentino. Ronaldinho, até então desaparecido em campo, passou a ter um companheiro. E por pouco Bottinelli não marcou o gol da vitória.
"Tirei o Airton para colocar o Bottinelli para ele matar o jogo. Foi um jogo difícil, Libertadores é assim. Se fosse no Brasil, não teria jogado desta maneira", resumiu.
Por fim, ele defendeu Ronaldinho, que fez péssima partida.
"O Ronaldinho é um jogador que qualquer treinador quer. Em uma jogada ele mete uma bola, é capaz de decidir. E quase aconteceu. Mesmo mal, tem que manter ele em campo. Porque se você tira um jogador como o Ronaldinho, o adversário perde o respeito e parte para cima. Vem de uma conjuntivite. Mas craque é craque e ele vai melhorar", finalizou.