Em fevereiro deste ano, o americano Robbie Rogers, que tinha acabado de sair do Leeds, da Inglaterra, assumiu sua homossexualidade, e que por isso abandonava o futebol. Cerca de um mês depois, o meio-campo garante que um retorno é impossível, pois ele tornaria-se o centro das atenções por motivos extra-campo.
"Imagine treinar todos os dias debaixo dos holofotes, seria um pouco de circo, seria um pouco louco", disse o jogador, que defendeu a seleção americana 18 vezes, ao Guardian. Outra apreensão de Rogers era sobre como seria o comportamento dos outros jogadores, tanto do clube quanto da seleção.
"Eu tinha medo de como meus companheiros iriam reagir. Eles iriam mudar? Mesmo que eu continuasse a mesma pessoa, não sei como seria o comportamento na minha presença, como quando eles fossem trocar de roupa", afirmou Rogers, explicando que as reações também seriam diferentes na imprensa e na torcida.
"Se eu estivesse jogando bem, ia sair no jornal: "o jogador gay está jogando bem". Mas se tivesse um jogo ruim, seria: "olha, o cara gay, ele está mal por ser gay".
Rogers tem apenas 25 anos. Ao ser perguntado se ele não poderia ser um símbolo na luta contra o preconceito do futebol, ele disse que não teria esse desejo: "eu teria que ser forte, eu queria apenas ser um jogador. Eu não iria concordar com todo o circo, estariam as pessoas vindo assistir os jogos só por eu ser gay?"
Revelado pelo Orange County Blue Star, Rogers chegou à Europa com apenas 19 anos para jogar no Heerenveen. Um ano depois regressou ao seu país para atuar pelo Columbus Crew (2007-2011), clube pelo qual foi bicampeão da Major League Soccer e eleito para a seleção do torneio em 2008.
Em 2012, voltou à Europa contratado pelo Leeds. Somando 18 partidas pela seleção americana, o meia disputou as Olimpíadas em 2008 e a Copa Ouro em 2009 e 2011.