Nivaldo tem o nome impresso em qualquer livro da história do Brasileirão. Ele tem o recorde do gol mais rápido de todos os tempos da competição: em oito segundos, o ponta veloz abriu o placar para o Náutico em duelo contra o Atlético-MG, na edição de 1989 do torneio nacional, feito até hoje não igualado. O gol foi meteórico como a ascensão de outro jogador. Um certo fenômeno que Nivaldo viu nascer e com quem dividiu apartamento quando ambos jogavam no Cruzeiro - para onde ele foi negociado após se destacar pelo Timbu. Informações do site GloboEsportes.com
O nascimento do fenômeno
Ali, no início da década de 1990, enquanto Nivaldo era contratado pelo Cruzeiro, Ronaldo Luís Nazário de Lima dava os primeiros passos como profissional. Na época, o hoje modesto funcionário da secretaria de esportes da cidade de Catende, da zona da Mata Pernambucana, era titular da Raposa, enquanto "Ronaldinho" buscava um espaço no time de cima.
Aos 16 anos, Ronaldo havia acabado de chegar do Rio de Janeiro, onde havia chamado a atenção da Raposa. Assim como o jovem dentuço, Nivaldo vinha de fora - no caso dele, do Recife. Por isso, ambos compartilharam um apartamento em Belo Horizonte, cedido pelo Cruzeiro aos atletas que não residência no início de vida na capital mineira.
Na "quitinete" moravam Nivaldo, Ronaldo e outros dois jogadores, Roberto Gaúcho e Tôto. O pernambucano lembra do jovem que viria a ser pentacampeão mundial como um garoto do "bem" e que gostava da "resenha", além de ser humilde e de hábitos simples.
- Ele era resenha. Não mudou em nada. Sempre foi um cara gente fina, simples. Ajudava muito o pessoal no Rio (a família). Era nota 10. Mesmo bem novo, com 16, 17 anos. Ali, sem dúvida, Deus botou a mão na cabeça dele e disse que seria o cara - lembra Nivaldo.
Os elogios de Nivaldo começam fora de campo e terminam nas quatro linhas. Segundo o atacante, mesmo tão jovem, ainda com idade para jogar no sub-17, já era possível ver que, diante deles, havia um fenômeno. Uma joia em estado bruto. Um furacão prestes a dominar o mundo.
- Quando eu saí, ele assumiu a posição no ano seguinte e aí despontou. Mas a gente via logo. Todo mundo dizia: "Esse atacante vai dar muito dinheiro ao Cruzeiro". E estavam certos.
Ronaldo, lembra o antigo colega de time, já tinha tudo para brilhar.
- A arrancada dele, a explosão, eram diferentes. Os dribles também, sempre procurando o gol, objetivo. E, dentro da área, não tinha para ninguém.
Ídolo no Náutico, discreto no Cruzeiro
Nivaldo fez parte do grupo campeão da Copa do Brasil de 1993 pelo Cruzeiro, competição em que marcou três gols (dois contra a Desportiva do Espírito Santo e um, ironicamente, contra o Náutico, na segunda fase da competição).
Ainda assim, a passagem pela Raposa não foi nem de perto tão marcante quanto a que teve no Náutico, onde foi campeão estadual, vice da Série B de 1988 e peça importante do time que fez boa campanha na Série A de 1989 (a do gol mais rápido da história).