
Um grupo de jogadores brasileiros iniciou um movimento contra o uso de gramados sintéticos no futebol nacional. Nomes como Neymar, Thiago Silva, Bruno Henrique, Philippe Coutinho, Lucas Moura, Alan Patrick e Gabigol compartilharam, nesta terça-feira (11), um manifesto nas redes sociais criticando a utilização desse tipo de superfície nos estádios brasileiros.
No texto, os atletas demonstram preocupação com os rumos do futebol no país e afirmam que os jogadores não têm sido ouvidos sobre decisões que impactam diretamente a qualidade do jogo. O movimento adotou o lema "Juntos pelo espetáculo. Futebol é natural, não sintético", reforçando a defesa pelo uso exclusivo de gramados naturais.
Veja o post:
Regulamento da CBF permite grama sintética
O uso de gramados sintéticos é permitido no Brasil, de acordo com o regulamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 2023, os clubes aprovaram mudanças para que times que mandam seus jogos em campos artificiais sejam obrigados a liberar o acesso para que os visitantes possam treinar no local um dia antes da partida. Essa medida, no entanto, vale apenas para o Campeonato Brasileiro e não se aplica a outras competições organizadas pela CBF, como a Copa do Brasil.
Atualmente, na Série A do Brasileirão, apenas dois estádios utilizam gramado sintético: Allianz Parque (Palmeiras) e Nilton Santos (Botafogo). A Ligga Arena, casa do Athletico-PR, também tem campo artificial, mas o clube disputará a Série B em 2024. Outros estádios, como a Arena Barueri, utilizada como alternativa pelo Palmeiras, e o Mercado Livre Arena Pacaembu, adotaram o gramado sintético para facilitar a realização de eventos e shows.
Grama sintética é rejeitada nas principais ligas europeias
Diferente do que ocorre no Brasil, as principais ligas da Europa — incluindo Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Portugal e Holanda, não utilizam gramados sintéticos em seus campeonatos nacionais. O atacante uruguaio Luis Suárez, por exemplo, que brilhou no Barcelona por anos, evitava atuar em estádios com grama artificial quando jogou pelo Grêmio, temendo lesões no joelho.
Manifesto cobra qualidade dos gramados no Brasil
Na postagem compartilhada pelos jogadores, o grupo enfatiza que, nas grandes ligas do mundo, há investimento para garantir gramados de qualidade, e que o Brasil deveria seguir o mesmo caminho.
"Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Com o tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim."
O texto ainda reforça que, para que o Brasil seja protagonista no mercado do futebol mundial, é fundamental priorizar a qualidade do piso nos estádios.
"Futebol profissional não se joga em gramado sintético!" conclui o manifesto.
Com o movimento ganhando força, o debate sobre a proibição do gramado artificial pode crescer no cenário do futebol brasileiro. Agora, resta saber se a CBF e os clubes responderão à pressão dos jogadores.