Se o Fla-Flu deste domingo, pela Taça Rio, não vale quase nada, a rivalidade cresce em direção aos meninos. O aproveitamento de jovens no time profissional passa pelo trabalho feito nas categorias Sub-20, Sub-17 e Sub-15, todas com um Fla-Flu para chamar de seu neste sábado. No mais badalado deles, Vinícius Júnior, do Flamengo, enfrenta o seu primeiro clássico após voltar da seleção. O tratamento das promessas é a marca do Fluminense nos últimos anos, mas o Rubro-Negro melhorou o trabalho.
Hoje, a meta é ter no elenco principal 35% de jovens formados no clube. De 34 jogadores, 10 são da base, e todos já atuaram em 2017.
— Isso fazia parte do planejamento desde que chegamos aqui: integrar cada vez mais a base ao profissional — destacou o diretor Rodrigo Caetano, também responsável pelo projeto Pratas do Ninho, de transição entre as categorias e o time principal.
No elenco, o Fluminense tem 20 jogadores formados na base, o que corresponde a 57%. Destes, 17 já entraram em campo este ano. A aproximação com o profissional aumentou este ano por conta da crise financeira. O clube adotou como filosofia não ir mais ao mercado atrás de jogadores para compôr o elenco.
— Hoje, o clube utiliza a base na equipe profissional de forma mais inteligente, mais estratégica e planejada. Temos uma dificuldade financeira e mesmo assim conseguimos bons resultados neste início de temporada — comemora o gerente da base, Marcelo Teixeira.
Das promessas do Flamengo, Adryan é o único com mais de 21 anos. Os demais revezam aos poucos no time de cima e ganham experiência, como Leo Duarte, Felipe Vizeu, Ronaldo, Cafu.
— A cada ano melhoramos o trabalho na base, então não teria coerência não aproveitarmos os garotos — vibra o técnico Zé Ricardo.
Estrutura e tratamento especial para os garotos
Antes de ganharem oportunidade, os jovens de Flamengo e Fluminense recebem tratamento especial para estarem prontos para ela. No Rubro-Negro, a estrutura física dos profissionais até o ano passado passou para os garotos, e lá há tratamento dentário, psicológico, nutricional e físico. Os meninos passaram a treinar esse ano ao lado dos profissionais, nos mesmos horários, e a integração, enfim, saiu.
No Tricolor, toda semana, o técnico Thiago Gomes, do sub-20, vai ao CT acompanhar o treino ou palestra do Abel. E todos os jogadores do sub-20 já treinaram ao menos uma vez com o time profissional. Quem cuida da integração é Edevaldo Freitas, ex-jogador, que tem o cargo de coordenador de integração. Marcelo Teixeira destaca ainda a estrutura.
—Temos academia de formação completa. Fazemos um trabalho muito diferente dos nossos rivais e os resultados estão bons. Temos estrutura profissional, metodologia de treino unificada, aula de inglês, acompanhamento psicológico, cursos e palestras educativas e podem terminar o seu processo de desenvolvimento na Europa, no STK Fluminense Samorin — destaca Marcelo Teixeira.
Procurado, o coordenador da base do Flamengo, Carlos Noval, não foi localizado pela assessoria para responder as perguntas do “Extra”.