As expectativas relativas à Copa disputada na África do Sul eram grandes. O torneio reunia grandes astros do futebol da atualidade, de quem se esperava muito durante o Mundial. Alguns deles corresponderam, como os espanhóis Xavi, Iniesta e David Villa e os holandeses Sneijder e Robben. Por outro lado, há os que decepcionaram e foram abaixo do que demonstram em seus clubes.
O Terra listou dez dos maiores fiascos da Copa da África do Sul. Entre os destaques negativos, há desde jogadores eliminados na primeira fase, como Eto"o, até um atleta que foi campeão, Fernando Torres. Os brasileiros Júlio César e Kaká também integram o rol das decepções.
Cristiano Ronaldo
Contratação mais cara da história do futebol (94 milhões de euros), o português teve uma boa temporada pelo Real Madrid, apesar da ausência de títulos. Foram 26 gols no Campeonato Espanhol e mais sete na Liga dos Campeões - em ambos, foi o vice-artilheiro. Na Copa, porém, o desempenho foi pífio. Marcou somente um gol, na histórica goleada por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte. De resto, apenas um bom chute na trave, contra Costa do Marfim. Na partida contra a Espanha, que selou a eliminação portuguesa, pouco apareceu.
Fernando Torres
O camisa 9 espanhol foi prejudicado durante toda a temporada por uma crônica lesão na virilha esquerda. Jogou pouco pelo Liverpool, que teve uma temporada ruim no Campeonato Inglês e na Liga dos Campeões. Torres chegou ao Mundial como titular absoluto, mas a falta de ritmo de jogo e os problemas físicos o fizeram perder todo o espaço na equipe. De jogador imprescindível, passou a reserva de Villa. Na final, sofreu novamente a lesão na virilha esquerda e deve ficar mais tempo fora de combate.
Eto"o
O camaronês Samuel Eto"o foi peça essencial para o esquema de José Mourinho na Inter de Milão. Recuado para atuar quase como um meia, o atacante foi muito importante taticamente, colaborando na marcação e ajudando a servir Diego Milito. Na África do Sul, porém, Eto"o não conseguiu repetir as boas atuações da temporada europeia. Apesar de ter marcado dois gols, perdeu diversas outras oportunidades, e não foi capaz de liderar a seleção de Camarões a voos mais altos no Mundial.
Gerrard
Steven Gerrard é considerado um dos jogadores mais cerebrais da atual geração do futebol mundial. Na última temporada, entretanto, teve rendimento discretíssimo, o que refletiu diretamente nos resultados do Liverpool - a equipe vermelha terminou o Campeonato Inglês na modesta sétima colocação, ficando no último posto que dava vaga à próxima Liga Europa. Apesar disso, esperava-se que ele liderasse a seleção inglesa às fases derradeiras da Copa. Uma das favoritas ao título antes do Mundial, a Inglaterra foi mal, e Gerrard foi um dos principais reflexos da má campanha dos comandados de Fabio Capello. Estreou com gol diante dos Estados Unidos, mas depois sumiu, como todos os companheiros.
Kaká
Contratado para ser o novo organizador do time do Real Madrid, Kaká teve uma temporada difícil na Espanha. O meia conviveu com lesões e muitas críticas da imprensa do país. Mesmo assim, Dunga apostou nele para ser o principal astro da Seleção Brasileira na Copa, apoiando-se nos ótimos desempenhos do atleta durante todo o período em que ele esteve no comando da equipe. O camisa 10 ainda participou de alguns lances ofensivos do Brasil, dando três passes para gol, mas ficou bastante abaixo das expectativas: não conseguia dar suas famosas arrancadas e ainda demonstrou grande nervosismo, sendo expulso durante a partida contra a Costa do Marfim.
Júlio César
Apontado como o melhor goleiro do mundo, graças aos três títulos conquistados com a Inter de Milão (Campeonato Italiano, Copa da Itália e Liga dos Campeões), Júlio César machucou as costas às vésperas da Copa do Mundo. E, pior, terminou o torneio exatamente como não estava acostumado: falhando. No primeiro gol da derrota brasileira para a Holanda, trombou com Felipe Melo e deixou o cruzamento de Sneijder entrar. No segundo gol, marcado novamente por Sneijder, não teve culpa, mas deixou a Copa em baixa.
Lampard
Foi o principal jogador da campanha vitoriosa do Chelsea no Campeonato Inglês. Fez 22 gols e deu 17 assistências, além de comandar o time londrino em campo. Na Copa, nada disso. De meia participativo, passou a sumir nas partidas. Pouco chutou a gol e, quando o fez, teve o gol anulado, na derrota por 4 a 1 para a Alemanha. Lampard foi o reflexo da campanha inglesa durante o Mundial: apagado e sem o brilhantismo dos meses que antecederam o torneio.
Marcello Lippi
Campeão mundial em 2006, Lippi reassumiu o comando da seleção italiana em 20 de agosto de 2008, após a demissão de Roberto Donadoni - que havia levado a equipe para as quartas de final da Eurocopa, resultado considerado ruim pela federação do país. Em seu retorno, o treinador apostou no grupo que conquistou a taça na Alemanha e não obteve bons resultados: envelhecido, o elenco não rendeu e fez péssima campanha, não conseguindo sequer alcançar a segunda fase do Mundial, terminando a fase de grupos na última colocação do Grupo F. A segunda passagem de Lippi pela Itália teve 11 vitórias, 11 empates e cinco derrotas. O demitido Donadoni teve números melhores - 14 vitórias, cinco empates e quatro derrotas.
Ribéry
O meia Franck Ribéry foi um dos principais destaques da excelente temporada do Bayern de Munique. O camisa 7 ajudou a equipe bávara a conquistar o Campeonato Alemão e a Copa da Alemanha, além do vice-campeonato da Liga dos Campeões da Europa - torneio que não tinha um clube alemão entre os finalistas desde 2002. Na África do Sul, o jogador não conseguiu se desvencilhar de todo o turbilhão no qual a seleção da França se envolveu. Sob o fraco comando de Raymond Domenech e em meio a diversas notícias que davam conta de o grupo estar rachado, Ribéry não conseguiu repetir o brilho do Bayern e, junto ao resto da equipe, amargou a desclassificação ainda na primeira fase.
Rooney
Teve uma temporada, assim como muitos desta lista, brilhante. Vice-artilheiro do Campeonato Inglês, com 26 gols, marcou mais cinco na Liga dos Campeões e comandou a temporada do Manchester United. No entanto, lesões no tornozelo e na virilha atrapalharam sua preparação para a Copa. No Mundial, ganhou a camisa 10 do time de Fabio Capello e decepcionou. Foi mal em todas as quatro partidas da Inglaterra e causou um problema no elenco. Segundo a imprensa britânica, teria se desentendido com Capello na concentração.