Chegou a hora de Kaká, patrocinado pela Adidas, falar de Jabulani, a criticada bola da Copa do Mundo de 2010. Como já era esperado, o meia da seleção brasileira não reclamou. Adotou um discurso cauteloso para não criar nenhuma saia justa com a empresa que lhe paga milhões para ser garoto propaganda.
- Eu vou amenizar, não vou criticar. Desde que me conheço como jogador de futebol, há críticas sobre a bola. Foi assim na Copa das Confederações, na Copa do Mundo de 2002, na última e em outros campeonatos. O problema é que no Mundial a repercussão disso é muito maior ? declarou o camisa 10 do Brasil.
Defensor da Jabulani, Kaká citou o atacante Luís Fabiano como exemplo de mudança de opinião. O camisa 9 foi um dos que criticaram o produto, que custa cerca de R$ 400 no Brasil. Para ele, a bola tinha algo ?sobrenatural?.
- Criou-se essa polêmica, mas está todo mundo mais adaptado. As opiniões estão mudando. Já vejo o Luís Fabiano abraçando e beijando a bola. E espero que sejamos campeões com essa bola ? disse o meia.
À época do lançamento de Jabulani, Kaká foi anunciado como um dos ajudantes no projeto da bola. Mas ao que parece ele não tem sido criticado no elenco por isso.
- A bola não é do Kaká, a bola é da Adidas. Tudo que é novo gera uma impressão diferente. Quem sabe durante a Copa do Mundo as opiniões não mudam. Hoje os jogadores já pensam diferente. Eu acho, por exemplo, que o Michel Bastos não reclamou da bola ? brincou Kaká, lembrando de gol do lateral contra o Zimbábue.
O pontapé inicial nas críticas à bola da Copa do Mundo foi dado pelo goleiro Julio Cesar. Ele a classificou como ?horrorosa? e disse que ?parecia as vendidas em supermercados?. Luís Fabiano deu sequência e chamou Jabulani de ?sobrenatural?. Felipe Melo, por sua vez, a chamou de ?Patricinha?. Robinho também chiou.
Só que o grupo ?antibola? não foi formado apenas com jogadores da seleção brasileira. Os goleiros Iker Casillas, da Espanha, Cláudio Bravo, do Chile, Buffon, da Itália, David James, da Inglaterra, e Fernando Muslera, do Uruguai, também reclamaram, assim como o técnico da Dinamarca, Morten Olsen.
O doutor Andy Harland, que desenvolveu a bola na Loughborough University"s Sports Technology Institute, na Inglaterra, alega que essa reação negativa em cadeia em grande parte se deve ao fato dos jogadores treinarem em situações pouco familiares para a Copa, mais necessariamente em lugares de maior altitude.