Laís Souza experimenta bocha: “Não me mexo mas eu posso competir”

A ex-ginasta amou o esporte e disse que se sente incluída de novo.

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A chama de ser uma atleta sempre esteve acesa em Lais Souza, mas ganhou novo ânimo nas Paralimpíadas. A ex-ginasta até já tinha ouvido falar de bocha, só que precisou assistir ao título da equipe do Brasil na classe BC3 para ver que ainda tem espaço no esporte. Mesmo sem ter os movimentos de braços e pernas desde o acidente de esqui de 2014, ela viu que era possível competir na modalidade mais inclusiva dos Jogos. Lais experimentou pela primeira vez a bocha em um encontro com a campeã paralímpica Evani Calado.

“Sabe quando você volta a sonhar? Voltei para dentro do esporte. Para mim, estava distante até um tempo atrás. Conhecendo a bocha e vendo que é possível, agora não vejo por que não tentar? Resgatei algo que estava em mim. Amei. Muito legal. É o que falo para todo mundo: “Vem fazer esporte”. Essa Paralimpíada está me abrindo portas”, contou Lais.

Ao lado do cuidador Willian Campi, Lais primeiro teve que ver os jogos de Evani, Evelyn de Oliveira e Antônio Leme, o Tó, para crer nas histórias que ouvia, para entender que não há limites na bocha. Ela aceitou o convite  e ganhou uma aula com Evani na área de aquecimento da Arena Carioca 2.

“É muito inclusivo. Eu não mexo um dedo, mas eu posso competir, posso estar em uma Paralimpíada. É muito legal ver o esforço dessa galera. Tive uma lição de ser humana”, disse Lais.

Ela ouviu de Márcia Campeão, coordenadora da bocha brasileira, a explicação de que a classe BC3 é destinada a atletas com grande limitação motora. Os atletas precisam da ajuda de uma rampa (a calha) para poder lançar as bolas mais perto do alvo. Um calheiro monta a estrutura da rampa, mas sob os comandos do atleta, sem poder falar e nem olhar o jogo. O atleta é o cérebro, o calheiro a mão.

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