Houve um tempo em que os melhores jogadores do mundo viviam na grande área. Marco Van Basten, Romário e Ronaldo sabem muito bem disso. Mas o polonês Robert Lewandowski nasceu em outra geração. Um ano mais novo do que Lionel Messi e com três a menos do que Cristiano Ronaldo, o atacante do Bayern de Munique viu esses dois contemporâneos dominarem os prêmios do futebol mundial pelas beiradas do campo. Na temporada 2019/2020, com com 55 gols, os títulos da Copa da Alemanha, do Campeonato Alemão e da Liga dos Campeões, Lewandowski devolveu o protagonismo à boa e velha camisa 9. Informações do site GloboEsportes.com
Lewandowski comemora o título da Liga dos Campeões com bandeira da Polônia
- Quando eu era jovem, já sabia que a posição de centroavante exigia aquela presença na área, mas achava que deveria fazer algo diferente. Ser parte do time e não ficar esperando a bola. No futebol moderno você precisa tentar ser esse jogador. E eu sempre quis ser um dos melhores. Algumas vezes, um centroavante fica muito tempo sem tocar na bola o que torna tudo mais difícil - disse Lewandowski durante uma entrevista coletiva virtual para divulgação da nova temporada da Bundesliga, que começa no dia 18 de Setembro, com um clássico entre Bayern de Munique e Schalke 04.
O Bayern do técnico Hansi Flick exige muita movimentação até para um atacante de 1,89m e com vocação para ficar na grande área como Lewandowski. O esforço vale a pena. Com 159 gols em 52 partidas oficiais na última temporada, o time conseguiu manter média de 3 gols por jogo, algo que já fazia os adversários entrarem em campo receosos. Apesar disso, nas quartas-de-final da Liga dos Campeões, o Barcelona enfrentou o Bayern de peito aberto e levou uma goleada histórica por 8 a 2.
- Na fase final, já chegamos ao hotel em Portugal com a certeza de que éramos muito fortes. Eu até perguntei pra um jogador o que ele achava da partida com o Barcelona e ele disse que iríamos ganhar de 5 a 1. Depois, na véspera da final, perguntei para uns 6 jogadores o que eles achavam que aconteceria e todos disseram sem pensar duas vezes “sim, com certeza o Bayern vai ganhar’, porque sabíamos da nossa força - lembrou Lewandowski.
Com os próprios pés o atacante polonês tirou alguns adversários do caminho rumo ao prêmio individual mais importante do futebol. A derrota humilhante do time de Lionel Messi diminuiu muito as chances de o argentino ser eleito pela sétima vez o melhor jogador do mundo. Na Juventus, uma temporada com apenas um título, o de campeão italiano, também deixou Cristiano Ronaldo distante do sexto troféu “FIFA The Best” dele. Acontece que a pandemia de coronavírus vem impedindo a FIFA de marcar a data da premiação, e um cancelamento, como já ocorreu com o tradicional Ballon D’Ór da revista “France Football”, não está descartado.
- Sim, eu sei que os meus números e os do Bayern foram muitos bons nessa temporada. Deveriam nos colocar na disputa pelos prêmios, até podendo ganhar. Mas eu não penso muito sobre essas coisas. Claro, será incrível se eu tiver a chance de ganhar. Mas, agora, isso não é a coisa mais importante na minha vida. Nessa próxima temporada, acho que vamos ter o ano mais difícil de nossas vidas, muitas vezes entrando em campo a cada três dias - disse Lewandowski em referência à temporada mais curta por causa da Covid-19 e com a disputa da Euro em 2021, após a maratona de partidas pelos clubes.
Para enfrentar um calendário tão intenso, Robert Lewandowski espera que o Bayern de Munique contrate mais jogadores até o fim da janela de transferências, em outubro. Por via das dúvidas, caso os reforços não venham para dar um descanso ao polonês em algumas partidas, ele tem feito uma pré-temporada diferente, focada no condicionamento físico a longo prazo. Quando perguntado sobre quais são os melhores camisas 9 do mundo e quem o Bayern poderia contratar, Lewandowski mostrou uma característica incomum entre os melhores atacantes do futebol.
- Há muitos jogadores bons por aí, mas quando eu pensar em algum pra jogar no Bayern vou ter que falar com o meu chefe antes. Falando de camisas 9, centroavantes mesmo, tirando outros jogadores ofensivos, acho que os melhores são o Sérgio Aguero, o Harry Kane, o Timo Werner e o Karim Benzema - disse o o polonês sem se incluir na lista.