Antes de respirar fundo e converter o pênalti com muita tranquilidade - inspirado no companheiro de Flamengo, Henrique Dourado (veja abaixo) -, Lincoln teve poucas chances de gol no Sul-Americano. Arriscou de fora da área algumas vezes em quatro partidas e perdeu uma boa oportunidade no primeiro tempo da vitória sobre a Bolívia. No pênalti, teve a frieza e a qualidade que seleção brasileira sub-20 ainda não mostrou no Sul-Americano.
A boa notícia é que há mais cinco partidas e alguns treinos para recuperar jogadores, melhorar o condicionamento físico e buscar classificação, título e, também, apresentar futebol de bom nível no torneio continental.
A inatividade para o jogador de 18 anos pesa, ele admite. Em quatro partidas pelo sul-americano, atuou por 322 minutos, em apenas sete dias. Mais da metade da minutagem que fez em toda a última temporada, em 2018 - foram apenas 611 minutos, entre Estadual, Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores.
Amadeu vê tensão em vitória magra do Brasil: “Posso entregar algo melhor, os atletas também”
- A gente pode dar muito mais. Busquei me preparar ao máximo para chegar o melhor possível na competição, mas fisicamente estou sentindo, a falta de ritmo também. Não estava jogando muito. Tecnicamente sei que não estou no meu melhor momento, mas vou procurar melhorar para ajudar a seleção - disse o atacante.
Longe da Gávea, por enquanto, o retorno de Lincoln tem uma fila de jogadores para o ataque. Gabigol, Henrique Dourado, Fernando Uribe, Vitor Gabriel, Bruno Henrique, Arrascaeta... São concorrentes de peso e a possibilidade de ficar mais um ano mais tempo no banco do que dentro do campo. Lincoln diz que não pensa ainda sobre esta temporada no clube carioca.
- Minha cabeça está na seleção, vamos curtir a classificação, depois a gente pensa nisso quando voltar para o Flamengo.
Amadeu: "Está em franca evolução"
Sobre a inspiração em Dourado para bater pênalti, a ideia surgiu com o técnico Carlos Amadeu, que o acompanha desde o sub-17. O técnico mostrava vídeos do então atacante do Fluminense. Lincoln aprendeu direitinho e fez contra a Bolívia o gol solitário que classificou o Brasil.
- Dei uma respirada antes de bater. Quando Dourado veio para o Flamengo comecei a reparar mais. Venho aprendendo e tentando me aperfeiçoar a cada dia - comentou Lincoln, que dedicou o gol ao companheiro Papagaio, que está lesionado.
O técnico Carlos Amadeu espera o crescimento do atacante na fase final da competição. Durante a preparação, alternou Lincoln e Rafael Papagaio, que vinha em atividade em competições de base pelo Palmeiras.
- Ele não está no melhor da forma técnica justamente pela baixa contagem que teve o ano passado. Hoje fisicamente acho até que está bem, evoluiu bastante nesse período, para quem veio de férias e teve esse período curto de treino. Considero que está em franca evolução - disse Amadeu.