Luis Paulo Rosenberg não é mais diretor de marketing do Corinthians. Em nota oficial, o clube informa ter aceitado o pedido de desligamento feito por Rosenberg. Na semana passada, ele havia dito ao GloboEsporte.com que não pediria para sair.
Um dos pilares da gestão Andrés Sanchez, que assumiu o clube em fevereiro do ano passado, o economista foi destituído do cargo nesta segunda-feira pelo presidente, que teve de tomar a decisão diante da pressão que vinha recebendo de boa parte dos conselheiros do clube.
Ainda não há um substituto para o cargo.
Insatisfeitos com o trabalho e algumas declarações de Rosenberg (a última polêmica foi uma analogia de uma mulher com Aids ao falar de naming rights da Arena Corinthians), um grupo de 52 conselheiros enviou uma reclamação formal a Andrés na última semana.
Entre os signatários estavam nomes influentes na política corintiana, como Paulo Garcia e Osmar Stabile, que já foram candidatos à presidência do clube. Um dos alvos da revolta coletiva foi a campanha da "religião" corintiana. Os conselheiros entenderam a campanha como desrespeitosa. Veja o vídeo abaixo:
Campanha de marketing do Corinthians fala em "corinthianismo" como religião
Rosenberg já vinha sendo pressionado anteriormente pela falta de um patrocínio máster. O acordo com o Banco BMG, porém, não fez as críticas cessarem, já que o valor fixo recebido pelo Timão (R$ 12 milhões ao ano) é visto como baixo por parte dos conselheiros. Nos bastidores, o diretor também era detonado por não ter conseguido vender os naming rights da Arena.
Em reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians no fim do ano passado, ele foi alvo de vaias enquanto fazia uma apresentação.
Rosenberg deixou futuro nas mãos de Andrés
Ao GloboEsporte.com na última semana, Rosenberg chamou de "frustrados" aqueles que o criticam. Definiu as ações, inclusive, como "ataques irresponsáveis".
– Largar por que frustrados com derrotas sucessivas no clube pedem minha saída, eu não faria. Há que relevar as mentiras levantadas, em nome da incontrolável paixão corintiana – disse.
– Note que do cargo de vice-presidente eu me afastei, após ter assumido com o clube na Série B, ao descer do voo em que ganhamos o segundo Mundial (dezembro de 2012), dando minha missão por cumprida. Agora, trouxemos a IBM, normalizamos as relações com a Caixa, avançamos no duelo com Odebrecht e contratamos a mais ousada parceria com o Banco BMG, que já depositou 30 milhões de reais no nosso caixa. Estamos ultimando mais negociações milionárias do uniforme e motivando grandes grupos internacionais a assumir o naming right. Tudo com o apoio responsável do presidente – destacou.
Rosenberg deixou o seu futuro nas mãos de Andrés, de quem é um parceiro de longa data.
– É ele o dono do meu cargo e o receberá de volta no momento em que julgar ser muito custoso defender o profissionalismo do Marketing contra os ataques irresponsáveis. Meu apego ao cargo é nenhum, minha paixão pelo Timão, infinita. Até segunda ordem, os cães ladram e a caravana passa.