UFC: Lutadores se dividem quanto a combates entre colegas; saiba

Maioria se opõe a duelo entre companheiros, mas alguns aceitam se for pelo cinturão

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O próximo episódio do reality show "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões", no domingo, vai apresentar uma situação cada vez mais frequente e polêmica no mundo do MMA: o casamento de luta entre dois companheiros de equipe. Apesar de defenderem times diferentes no programa, os pesos-penas Anistávio Gasparzinho e Rony Jason são amigos de infância e treinam juntos na academia Team Nogueira, no Rio de Janeiro. Os dois acabaram programados para um confronto na última quarta de final do torneio de sua categoria.

O tema divide os lutadores do UFC atualmente. O presidente da companhia, Dana White, insiste que o esporte é individual e dois lutadores da mesma categoria têm de se enfrentar, independentemente de serem da mesma equipe. Recentemente, essa situação deu origem a uma forte rivalidade entre os pesos-meio-pesados Jon Jones e Rashad Evans - este último deixou a academia Jackson"s MMA ao ser colocado como desafiante ao cinturão do até então amigo Jones.

Colhemos depoimentos de alguns dos principais lutadores de MMA do país sobre o assunto e encontrou um campo dividido. Enquanto a maioria não gostaria de enfrentar amigos próximos e companheiros de equipe, boa parte deles o faria se fosse numa circunstância especial: pelo cinturão. Já outra parcela se recusa ao combate sob qualquer condição. Confira:

Anderson Silva, campeão dos pesos-médios do UFC

"Na nossa equipe, nós temos uma filosofia de que, mesmo sendo os dois do mesmo peso e o mesmo objetivo de sermos campeões do UFC, nós sabemos que isso não vai acontecer. MMA não é um esporte coletivo. Não é natural eu lutar com um cara com quem eu convivo todos os dias".

Rogério Minotouro, peso-meio-pesado do UFC

"Se for (lutar) com alguém da mesma academia, não é legal. Você treina com o cara todo dia e, de repente, fazer uma luta... Se for só conhecido, até vai, mas da mesma academia não é legal".

Vitor Belfort, peso-médio do UFC e treinador do time verde no TUF Brasil

"Se uma pessoa não pode lutar contra a outra, então não é esporte. Essa é a beleza. Imagina se o Giba passa a não querer jogar contra algum time porque tem amigo dele lá. Se começar com negócio de que amigos não lutam, vai virar uma coisa pessoal. Eu vou lutar contra ele porque é o meu trabalho. E não mudou nada. A amizade dos caras continua a mesma coisa".

Wanderlei Silva, peso-médio do UFC e treinador do time azul no TUF Brasil

"Não há desculpa cabível que possa fazer com que uma situação como essa fique boa. Não havia necessidade. A gente não luta entre amigos. Só se for na final, para decidir quem será o campeão. Aí tudo bem, mas poxa, em um programa de televisão..."

Rafael Feijão, peso-meio-pesado do Strikeforce

"Sou a favor da opinião do Anderson. Acho que, antes de ser uma empresa, isso aqui (Team Nogueira) é uma família. Então, como você vai lutar com seu irmão?"

Thiago Tavares, peso-leve do UFC

"É uma situação complicada. Você treina todo dia com aquela pessoa e cria uma amizade. Enfrentar numa luta profissional é complicado. Por outro lado, é a chance da vida deles. Eu particularmente não gostaria, não gosto nem de lutar contra conhecidos, quanto mais contra companheiros de treino.

Confesso que tentaria a todo modo uma negociação para não ter que enfrentar um amigo, mas se tiver que lutar, se não tiver jeito, vou defender o meu, vamos nos enfrentar e depois sair para beber juntos, nos abraçar como dois irmãos".

Erick Silva, peso-meio-médio do UFC

"Jamais lutaria contra alguém da Team Nogueira ou da XGym (academias em que treina). É uma coisa que a gente tem mesmo. A gente une forças e está aqui para somar. De forma alguma isso vai acontecer. Defendo isso também. Está fora de cogitação".

José Aldo, campeão dos pesos-penas do UFC

"Isso não passa na minha cabeça, enfrentar alguém da academia. Principalmente alguém que está comigo há muito tempo, que convive comigo. É praticamente como lutar com um irmão. Vejo um problema muito grande. A gente discute com o Dedé porque ele sempre fala que isso pode acontecer, mas espero que nunca aconteça. E se acontecer, eu tiro o meu time de campo".

Glover Teixeira, peso-meio-pesado do UFC

"É uma coisa que fica fora das nossas mãos. A gente não pode escolher. Eu evitaria ao máximo e acho que o Dana White nunca colocou caras que treinavam juntos tempo todo. O Jon Jones e o Rashad Evans quiseram se enfrentar, mas eles nunca botaram o Keith Jardine para enfrentar o Rashad. No TUF, é diferente. Eu estou aqui lutando o UFC. Se eu ganhar o cinturão e algum colega quiser me desafiar, eu com certeza lutaria, porque é pelo cinturão. Eu evitaria ao máximo, mas está fora das nossas mãos".

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