"Curta", disse Mano Menezes, questionado sobre sua passagem de três meses pelo Flamengo no ano passado. Curtas também foram as demais respostas do treinador do Corinthians sobre o clube rubro-negro, o qual enfrentará, no domingo, pela primeira vez desde sua saída.
O gaúcho não surpreendeu ao evitar qualificar a partida como um duelo pessoal seu com o time da Gávea. Existe, porém, grande animosidade por parte de torcedores flamenguistas e de alguns jogadores, que não engoliram a justificativa para o seu adeus - o fato de não estar sendo entendido pelo grupo.
"Penso o jogo sempre de equipe para equipe, não penso individualmente. O fato de você enfrentar uma equipe anterior é corriqueiro na nossa vida. Na vida dos técnicos, isso acontece com mais frequência ainda, porque saem dos clubes com bastante frequência. A gente tem que estar acostumado a esse tipo de situação", afirmou.
Primeira partida do Corinthians em Itaquera sofre alteração
Foi a maior declaração de Mano sobre o assunto na entrevista concedida nesta sexta-feira, no CT do Parque Ecológico. Segundo o treinador, seu conhecimento sobre o adversário não tem tanto valor no confronto porque o título da Copa do Brasil, conquistado após a sua saída, alterou o cenário.
"Mudou bastante. O time foi campeão da Copa do Brasil. Quando um time conquista algo, muda, cresce, aumenta a confiança. O Flamengo que vamos enfrentar é bem diferente", afirmou o gaúcho, antes de ser indagado sobre uma dessas diferenças, o técnico Jayme de Almeida.
"É uma pessoa muito tranquila, muito capaz, com um histórico como jogador de futebol bastante grande, que dá a ele muita vivência. Ele conhece o Flamengo como poucos, porque vive lá há bastante tempo, conhece a casa. Quando você conhece bem a casa, tem uma boa vantagem", acrescentou o técnico do Corinthians.
Longe da Gávea, Mano viu Jayme conduzir a equipe rubro-negra calmamente ao troféu, em dezembro do ano passado. A conquista lhe rendeu críticas, mas ele procurou demonstrar grande estranhamento quando foi questionado sobre eventuais injustiças nessas avaliações.
"Não posso me sentir injustiçado. Fui eu que pedi para romper o contrato, resolvi não dar continuidade porque achei que as coisas não estavam funcionando. O Atlético, ontem, entendeu que não deveria dar continuidade com o Paulo Autuori, como o Flamengo, anteriormente, entendeu que não deveria dar continuidade com o Jorginho e com o Dorival", concluiu, erguendo as sobrancelhas bem à sua maneira.