London Calling (em português, Londres Chamando) é uma famosa música da banda inglesa The Clash. A letra não tem nada a ver com futebol, mas seu título se encaixa bem com o momento da Seleção Brasileira. Afinal, depois de uma tentativa frustrada de um amistoso com o Egito, no Cairo, a capital da Inglaterra ?chamou? o time verde e amarelo para tentar se recuperar contra Gana, nesta segunda-feira, no estádio Craven Cottage, do Fulham FC, às 15h45m (de Brasília).
É verdade que a partida não passa de um amistoso. Mas tem cara de jogo oficial para Mano Menezes. Pressionado pelos maus resultados da Seleção Brasileira na Copa América e nos jogos contra rivais mais fortes (derrotas para Argentina, França e Alemanha e empate com a Holanda), o Brasil tem como muleta um bom retrospecto em Londres.
De 2006 para cá, a capital inglesa virou uma espécie de ?casa? da Seleção Brasileira, o palco oficial dos amistosos. Não à toa, essa é a nona vez que a empresa responsável por vender os jogos do time canarinho marca um em Londres. E nesse período, o desempenho é excelente. São seis vitórias, contra Argentina, País de Gales, Suécia, Itália, Irlanda e Escócia, um empate, com a Inglaterra, e apenas uma derrota, para Portugal. O aproveitamento, então, é de 79,1%.
Londres não só traz boas recordações para a Seleção de uma maneira geral, como também individualmente para os jogadores. Neymar, por exemplo, sorri quando o assunto é a capital inglesa. Em março deste ano, na vitória por 2 a 0 sobre a Escócia, no Emirates Stadium, o atacante santista foi o protagonista ao marcar os dois gols e comandar o bom futebol da equipe canarinho. Naquele dia, Leandro Damião fez sua estreia, jogou como titular e também foi destaque. O lateral-esquerdo Marcelo também debutou em Londres, contra o País de Gales, em 2006.
- Tenho boas lembranças de jogar em Londres. Espero que nesse amistoso contra Gana eu possa repetir a boa atuação que tive antes ? resumiu Neymar.
Apesar da pressão, Mano Menezes diz não estar preocupado em perder o emprego caso a Seleção Brasileira não se recupera agora dos maus resultados. Seguro de que o trabalho vai seguir, o comandante admite que há uma falta de paciência com o time nacional no Brasil e que os resultados são importantes para dar tranquilidade ao projeto que visa a Copa do Mundo de 2014.
- Sempre que entra em campo, a Seleção Brasileira precisa ganhar, porque o futebol é de alto nível. E hoje, mais do que nunca, existe menos paciência. Mas eu não tenho de ter essa preocupação. O que preciso é procurar fazer o melhor para que os jogadores rendam dentro de campo ? comentou o comandante brasileiro.
O novo quarteto
Para esse amistoso contra Gana, Mano Menezes vai escalar um time ofensivo, novamente no 4-3-3, esquema que o consagrou no Corinthians, campeão paulista e da Copa do Brasil em 2009. E o curioso é que esse quarteto ofensivo é formado apenas por jogadores que atuam no Brasil, algo que poderia parecer impossível anos atrás, mas que agora é realidade. São eles Paulo Henrique Ganso, do Santos, Ronaldinho Gaúcho, do Flamengo, Neymar, do Santos, e Leandro Damião, do Inter.
- Mesmo sendo um jogador com uma idade mais avançada, o Ronaldinho não é uma questão temporária. A Seleção Brasileira precisa de um Ronaldinho bem. E o momento dele é esse, por isso o trouxemos de volta. Exatamente pensando em aproveitá-lo como referência para os jovens, para dar equilíbrio ? disse Mano Menezes, enaltecendo a boa fase do pentacampeão.
Outra novidade no time que encara os africanos é o retorno de Marcelo à lateral esquerda. Depois da péssima atuação de André Santos na derrota para a Alemanha, em agosto, Mano chamou novamente o jogador do Real Madrid, que depois de dois pedidos de dispensa de convocação trocou algumas farpas com o treinador. De volta, ele está empolgado com a nova chance de mostrar seu valor.
Do lado de Gana, só mistério. A seleção africana, que chegou às quartas de final da última Copa do Mundo, fez um treinamento fechado no Craven Cottage, palco do amistoso desta segunda-feira. O time, no entanto, deve ser bem parecido com o que venceu a Suazilândia, na última sexta-feira, pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações. Seu substituto será Tagoe.