A investigação realizada pela Procuradoria de Nova York descobriu que o ex-presidente da CBF José Maria Marin seria um dos cinco beneficiários de uma propina de US$ 110 milhões (R$ 346 milhões, na cotação desta quarta-feira, 27) pagos pela empresa uruguaia Datisa, criada pela Traffic e por outras duas agências de marketing para negociações de direitos de transmissão da Copa América.
Marin e os outros acusados receberiam o dinheiro por terem feito com que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a Concacaf (Confederação de Américas do Norte e Central) cedessem à Datisa os direitos mundiais de transmissão das edições da Copa América dos anos de 2015, 2019 e 2023, além da edição especial do campeonato em 2016, evento que será realizado nos Estados Unidos e reunirá seleções de todo o continente americano.
De acordo com os procuradores norte-americanos, o esquema foi fechado em janeiro de 2014, quando Marin era o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e membro do comitê executivo da Fifa. Já o representante da CBF na Conmebol, à época, era Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, que não é citado nas investigaçsoes Banido do futebol pela Fifa após as investigações internacionais por corrupção,
José Maria Marin perderá o cargo de vice-presidente da entidade.A decisão será oficializada após o retorno do atual mandatário da confederação, Marco Polo Del Nero, da Suíça, onde está para a Assembleia Geral da Fifa.
"Obviamente trata-se de uma questão internacional. Há essa pena. Só estamos esperando o retorno do presidente para saber como se dará formalmente essa saída [de Marín do cargo", explicou o secretário-geral da entidade, Walter Feldman.
O diretor da CBF ainda revelou que existe a chance de retirada da homenagem ao ex-presidente na sede da entidade – prédio chamado José Maria Marin.
A presidente Dilma Rousseff declarou nesta quarta-feira que todas as Copas do Mundo organizadas pela Fifa precisam ser investigadas, após a detenção de sete altos dirigentes da entidade na Suíça, entre eles José Maria Marin.
Dilma chegou até a citar a operação Lava-Jato, que envolve membros do próprio partido (PT), para dar exemplo de que todos os casos de corrupção precisam ser investigados.
"Eu acredito que toda investigação sobre essa questão é muito importante. Se tiver que investigar, que investiguem todas as Copas, todas as atividades. Essa postura vale para todos, desde a Lava Jato até este caso", afirmou a presidente do Brasil durante um encontro com jornalistas em meio a uma visita oficial no México.
"Acho que esta investigação vai permitir uma maior profissionalização do futebol. Não vejo como isso pode prejudicar o futebol brasileiro. Só vai beneficiar o Brasil", opinou."Considero que isso vale para todos. É preciso investigar, não vejo por que não", insistiu.