SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Depois que abriu mais de 100 pontos de vantagem na liderança do Mundial de Pilotos, Max Verstappen, da Red Bull, iniciou uma contagem regressiva. O bicampeonato do holandês na F1 deixou de ser uma questão de "se" e passou a ser de "quando". O dia chegou e foi neste domingo (9).
O holandês de 25 anos conquistou o título ao terminar em primeiro lugar a prova nesta madrugada (9), no circuito de Suzuka, no Japão, onde a chuva quase impediu a realização do evento -pouco após a largada, às 2h (de Brasília), a corrida ficou paralisada por mais de duas horas devido às condições do clima.
Quando foi retomada, a etapa não teve as 53 voltas previstas. Com a proximidade do limite de três horas para a realização de um GP, os pilotos retornaram à pista para correr por cerca de 40 minutos.
O título acabou ficando com o piloto da Red Bull na última volta da corrida, quando Charles Leclerc, da Ferrari, cometeu um erro, passou por fora do traçado e foi punido com o acréscimo de cinco segundos em seu tempo final de prova. Desta forma, ele caiu para terceiro, Sergio Pérez herdou a segunda posição e o holandês abriu a distância que precisava do ferrarista para assegurar o caneco.
Verstappen deixa o Japão com 113 pontos de vantagem sobre o companheiro Sergio Pérez, um único a ponto a mais do que os 112 pontos que o piloto mexicano pode somar até o fim da temporada.
O bicampeão somou 25 pontos em Suzuka porque a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) conferiu à prova a pontuação máxima mesmo com menos de 75% das voltas previstas. Neste caso, a entidade optou por não aplicar uma pontuação de contingência, com apenas 19 pontos para o vencedor, porque o GP não foi suspenso. Como terminou sob bandeirada, a entidade creditou a pontuação cheia.
O jovem piloto venceu faltando ainda quatro corridas para o fim do calendário da modalidade. Verstappen ficou perto de igualar a marca da lenda britânica Nigel Mansell, que, em 1992, confirmou seu título na 11ª de 16 corridas previstas.
O recorde pertence ao alemão Michael Schumacher. Em 2002, o ex-piloto conquistou pela Ferrari o título com seis corridas de antecedência. Foi uma temporada incrível para ele, que subiu ao pódio em todas as corridas do ano, com 11 vitórias em 17 provas.
Depois da corrida deste fim de semana, o calendário de 2022 prevê corridas ainda nos EUA, México, Brasil e Abu Dhabi. Mesmo que vença todas as corridas, nem o monegasco Charles Leclerc, da Ferrari, nem o mexicano Sergio Perez, da Red Bull, têm chances de alcançar o holandês.
Promissor e também visto como um futuro campeão da categoria, o ferrarista que chegou ao Japão na segunda colocação do Mundial não conseguiu ser para o holandês um adversário tão difícil quanto foi o inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, em 2021.
Na temporada passada, quando conquistou seu primeiro título, Verstappen travou com heptacampeão uma disputa que se arrastou até a última volta da corrida derradeira, em Abu Dhabi, onde o inglês alega que foi prejudicado por decisões da direção de prova, que teriam favorecido a conquista do holandês.
Desta vez, o mais novo bicampeão conquistou o Mundial de Pilotos de forma incontestável.
O domínio dele reflete a superioridade da Red Bull em relação as demais equipes do grid no primeiro ano do novo regulamento da F1. Enquanto a Mercedes não conseguiu produzir um carro capaz de brigar por vitórias, a Ferrari sofreu com erros da equipe e também de Leclerc ao longo do ano, que impediram o time italiano de se manter vivo na briga por mais tempo.
Verstappen também soube lidar com as frustrações no início da temporada, quando duas quebras em sua Red Bull o impediram de completar os GPs do Bahrein e da Austrália.
Enquanto isso, Leclerc disparava na liderança. Ele ficou na dianteira até a quinta etapa, quando somava 104 pontos contra 85 de Verstappen.
Na Espanha, na sexta etapa, seria a vez de a Ferrari deixar o seu piloto na mão. Ele liderava com folga quando o motor do carro quebrou. Novamente o holandês pulou para primeiro e, desta vez, também ultrapassou o rival na classificação, 110 a 104 àquela altura. Depois disso, ele não saiu mais da primeira posição.
Mesmo quando não tinha o carro mais rápido do fim de semana, o holandês apresentava regularidade. Tanto que, com exceção das etapas no Bahrein e na Austrália, pontuou em todas as corridas, algo que foi fundamental para a conquista deste domingo.