A surfista brasileira Maya Gabeira, que há pouco mais de um ano entrou para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, por surfar a maior onda registrada entre mulheres (20,9 metros), afirmou ser contra a igualdade de premiação para homens e mulheres.
- Ganhar o mesmo é quase contraditório, porque é um esporte em que o masculino ainda domina muito não só dentro da água como o mercado. Pela iniciativa de igualar cada vez mais nos outros ambientes, é super válido. Mas creio que há muitos lugares, com menos visibilidade, em que a mulher ganha menos, e isso é um problema real. Acho interessante no nosso esporte, em que a diferença de performance é tão grande, a gente ganhar o mesmo que os homens e em lugares com menor visibilidade ainda existir uma diferença tão grande financeira - falou a surfista em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
A carioca de 31 anos, que pretende se tornar velejadora no futuro, disse ter noção de que sua opinião é "polêmica", mas opinou que é importante que assunto esteja sendo abordado. Ela comentou que é preciso que, em outras áreas, o tema "igualdade" seja abordado, mas complementou:
- Mas é difícil comparar uma Marta com Neymar, uma Maya Gabeira com um Laird Hamilton (surfista americano de ondas grandes) ou uma Serena Williams com Roger Federer - relatou.
No surfe, até 2018, os homens recebiam exatamente o dobro do valor pago para as mulheres. Na semana passada, Maya Gabeira concorreu ao prêmio de melhor atleta de ação de 2018 no Laureus, mas perdeu para Choe Kim, de 17 anos, que defende os Estados Unidos. Gabriel Medina também estava na disputa, além de Ana Gasser e Shaun White (snowboard) e Stephanie Gilmore (surfe).