A notícia divulgada durante a semana de que Vitor Belfort fez uso de reposição hormonal para o combate contra Michael Bisping no UFC SP, em janeiro, não pegou todos de surpresa.
Em entrevista ao Portal R7, Dr. Márcio Tannure, diretor médico da Comissão Atlética Brasileira de MMA, revelou que o lutador fazia o tratamento há mais de um ano com permissão do órgão fiscalizador de Nevada.
- Para esse evento, nós trabalhamos em conjunto com a Comissão Atlética de Nevada, e aceitamos o histórico médico de todos os pacientes cedidos por eles. Pelo que vi, o Vitor já fazia uso do tratamento há mais de um ano.
Apesar de ainda ser tratado com um ar polêmico, o tratamento em questão é, de acordo com Tannure, apenas uma maneira de permitir que determinados atletas possam permanecer competindo em alto nível.
Apontada pelos críticos como um ?doping autorizado?, a reposição hormonal, ao contrário do doping, não permite que um atleta compita com índices de testosterona acima do normal.
- Não é doping, pelo contrário. O tratamento permite ao lutador competir em iguais condições. Ele faz isso para ter seus hormônios na normalidade, no mesmo nível dos adversários.
O motivo que gera o interesse e permite que os atletas façam o tratamento é a queda gradativa da produção de testosterona de seus corpos. Mudança considerada normal tanto para competidores em alto nível, quanto para qualquer outro cidadão comum.
- Essa queda na produção de testosterona começa a partir dos 30 anos ou dos 40 anos. Mas pode acontecer em qualquer idade. Tem gente que nasce com hipogonadismo, mas tem pessoas que nunca precisarão fazer essa reposição.
Dentre as pesquisas e leituras feitas por Tannure, existe uma suspeita de que atividades físicas em alta intensidade (alto rendimento) podem acelerar o processo de queda na produção de testosterona dos atletas.