Ministério Público relata que ex-diretores da Portuguesa receberam dinheiro para escalar jogador irregular

Segundo as duas linhas de apuração, o então presidente Manuel da Lupa e alguns de seus colaboradores mais próximos foram beneficiados pelo erro do clube

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Integrantes da ex-diretoria da Portuguesa receberam dinheiro para que o jogador Héverton fosse escalado na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, apontam tanto uma apuração do Ministério Público de São Paulo quanto uma investigação interna da própria Lusa.

Segundo as duas linhas de apuração, o então presidente Manuel da Lupa e alguns de seus colaboradores mais próximos foram beneficiados pelo erro do clube - que permitiu que um jogador suspenso fosse escalado na última rodada do torneio, em jogo contra o Grêmio, no Canindé. A Lusa foi punida com a perda de quatro pontos no Campeonato Brasileiro e, por isso acabou rebaixada para a Série B do Brasileiro. O STJD aguarda as provas do MP para agir no caso. Héverton, atualmente no Paysandu, diz se sentir "envergonhado".

- Estamos convencidos de que pelo menos dois ex-dirigentes da Portuguesa receberam vantagens para que essa situação tenha acontecido - afirmou Roberto Senise, promotor do Ministério Público de São Paulo, que apura o caso.

O jornal O Estado de S.Paulo publicou às 22h40 a informação de que a conclusão do inquérito é de que a Lusa recebeu dinheiro em troca da escalação de Héverton. Mas o inquérito ainda não foi concluído. Há pessoas com depoimentos agendados até fevereiro de 2015.  O trabalho do Ministério Público de São Paulo tenta descobrir quem pagou - e quanto pagou, e para quem pagou - para que a Portuguesa cometesse de forma proposital o erro que a levou ao rebaixamento.

Enquanto isso, a Portuguesa conduz uma investigação paralela, própria. Nesse âmbito, o clube tenta descobrir quem colaborou para a escalação de Héverton para punir administrativamente. Como o globoesporte.com mostrou nesta terça-feira, o ex-presidente Manuel da Lupa é o principal alvo. O presidente do Conselho Administrativo fala em processá-lo civil e criminalmente e em cobrar dele até R$ 30 milhões. Procurado pela reportagem, Manuel da Lupa nunca atendeu aos telefonemas da reportagem.

Na última segunda-feira, o então técnico da Lusa na época, Guto Ferreira, disse que tinha "ideias do que pode ter acontecido", mas, por não possuir provas, não tinha como "ficar falando". Vale lembrar que, em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, do portal Yahoo, no último dia 29, o atual presidente da Lusa, Ilídio Lico, afirmou que a participação do atleta, de forma irregular, teria sido “premeditada”.

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