Morre George Foreman, lenda do boxe e campeão mundial mais velho da história

Ícone dentro e fora dos ringues, “Big George” faleceu aos 76 anos; sua trajetória foi marcada por nocautes, fé e recomeços surpreendentes

Morre George Foreman, lenda do boxe  | Getty Images Morre George Foreman, lenda do boxe | Foto: Getty Images
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O mundo do esporte amanheceu em silêncio. George Foreman, um dos maiores nomes da história do boxe, morreu na última sexta-feira (21) aos 76 anos, nos Estados Unidos. O ex-campeão mundial dos pesos-pesados e medalhista de ouro olímpico partiu de forma pacífica, cercado pela família, segundo comunicado divulgado nas redes sociais. A causa da morte não foi revelada.

A notícia mobilizou fãs, atletas e personalidades em todo o mundo, que se despedem de um homem cuja trajetória foi marcada não só por títulos, mas por redenção, fé e legado. Foreman foi duas vezes campeão mundial dos pesados, a primeira, aos 24 anos, em 1973, e a segunda, aos 45, em 1994, quando se tornou o mais velho a conquistar o cinturão da categoria.

Das ruas ao pódio

George Edward Foreman nasceu em 1949, no Texas. A infância foi difícil: abandonou os estudos, envolveu-se em brigas e pequenos furtos. Aos 15 anos, tudo parecia caminhar para um futuro sombrio, até que um programa social o levou à Califórnia, onde conheceu Doc Broadus, treinador que lhe apresentou o boxe.

Em 1968, aos 19 anos, Foreman surpreendeu o mundo ao conquistar a medalha de ouro na Olimpíada da Cidade do México. Era apenas o começo. No profissionalismo, brilhou com uma ascensão meteórica. Em 1973, destronou Joe Frazier com um nocaute técnico brutal, sagrando-se campeão mundial pela WBA e WBC.

Luta na Selva e queda inesperada

Um dos momentos mais marcantes da carreira de Foreman veio no ano seguinte, quando enfrentou Muhammad Ali em Kinshasa, no antigo Zaire, diante de 60 mil pessoas e audiência global estimada em um bilhão. Favorito, "Big George" foi surpreendido com um nocaute no oitavo round, perdendo o cinturão e marcando a história com a icônica “Luta na Selva”. Mais tarde, Foreman e Ali se tornariam grandes amigos.

Religião, retorno e título histórico

Após perder para Jimmy Young em 1977, Foreman passou por uma experiência espiritual intensa e decidiu se tornar pastor. Fundou sua própria igreja e se dedicou à fé. Contudo, problemas financeiros o levaram de volta aos ringues em 1987, aos 38 anos. Contra todas as expectativas, acumulou vitórias e, em 1994, nocauteou Michael Moorer, conquistando novamente o título mundial e entrando para a história.

Foreman aposentou-se de vez em 1997, com um impressionante cartel: 81 lutas, 76 vitórias (68 por nocaute) e apenas cinco derrotas.

Além do boxe

Conhecido por seu carisma, Foreman fez fortuna fora dos ringues ao emprestar seu nome ao "George Foreman Grill", um sucesso mundial. Também escreveu livros e permaneceu ativo como pregador até o fim da vida.

Em 2022, seu nome apareceu em polêmicas: duas mulheres o acusaram de estupro, alegando crimes ocorridos na década de 1970, quando ainda eram menores. Foreman negou as acusações.

Legado e família

George Foreman deixa 12 filhos, cinco deles chamados George, além de uma filha, Georgetta e foi casado com Mary Joan Martelly desde 1985. Em vida, justificava o nome dos filhos com bom humor: "Assim eles sempre terão algo em comum", dizia.

Mais que um pugilista lendário, Foreman foi um símbolo de recomeços, um homem que soube se reinventar e, acima de tudo, deixar um legado que vai além do boxe.

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