O Fluminense começa nesta quarta-feira a escrever sua história na Libertadores de 2011. Para que o livro tenha mais que apenas as seis primeiras páginas com os confrontos da primeira fase, Muricy Ramalho tem se dedicado a passar informações importantes a seus jogadores. Em foco não apenas os três primeiros adversários, mas também a forma de competir bem no torneio.
Ao contrário das competições em que há um jeito parecido de disputa, Muricy acredita que a Libertadores tem características próprias, desde a arbitragem até a rivalidade com os países vizinhos. Aliás, para o treinador tricolor chegou ao fim o tempo em que os argentinos eram vistos como os principais rivais brasileiros.
- A rivalidade já caiu muito. Os tempos mudaram. Eu, por exemplo, adoro ir à Argentina. É um povo educado, agradável. O que importa não é ser argentino, é o time adversário. Tem equipes boas em vários países. E também é preciso orientar os jogadores de que essa competição tem uma arbitragem diferente. Até os brasileiros mudam. Marcam menos faltas, deixam o jogo correr. É preciso falar, senão o cara estranha o que vai encontrar ? afirma.
Segundo Muricy, a arbitragem do torneio evoluiu muito nos últimos anos. Para o treinador, hoje é possível que qualquer equipe vença a competição, ao contrário do seu tempo de jogador.
- Antigamente, o cara marcava que você ia morrer e morria. Ia lá na Argentina e sabia que ia perder. Hoje, não. Existem erros, mas nada premeditado. Antes, era mais da parte política. Quem tinha mais força, ganhava.
Sobre os três primeiros rivais tricolores no torneio (Argentinos Juniores, América-MEX e Nacional-URU), Muricy diz que acumula informações há algum tempo.
- Em dezembro já tínhamos um histórico dos três times. Mas desde então já mudou muito. O América, por exemplo, mudou de técnico. Já o Nacional contratou alguns jogadores, e o Argentinos perdeu um jogador importante, que é o volante paraguaio Ortigoza. Eles têm um time que tem história, sabe jogar fora de casa e tem um time duro de penetrar. Vai ser uma partida duríssima. Eles têm um goleiro muito bom e um atacante forte.
Favoritismo em Santos
Muricy confia em seu time e passa isso nas entrevistas que concede. Porém, para o treinador, outra equipe brasileira é que deve ser apontada como a favorita ao título.
- O grande favorito é o Santos, pelo time e investimento que tem. É o que joga o melhor futebol no Brasil. Mas não dá para falar muito em favoritismo em Libertadores porque chega no mata-mata, o cara vem aqui e arruma um empate, depois faz um gol em casa e já era.