Na volta ao Flamengo, Daniele Hypólito não descarta sexta Olimpíada

Caminho mais acessível é o Pan da modalidade em 2021

Daniele Hypólito | Marcelo Cortês/Flamengo
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Daniele Hypólito (Foto: Marcelo Cortês/Flamengo)

O bom filho à casa torna. Com certeza, esse ditado cai como uma luva na situação vivida pela ginasta Daniele Hypólito em 2020. Mesmo estando no clube desde janeiro, ela teve o retorno ao Flamengo oficialmente anunciado em julho. “Costumo dizer que sou aquela filha que sai, faz um intercâmbio e volta para casa. Todos sabem que, mesmo quando estava em outros clubes, nunca escondi meu carinho pelo clube”, disse à Agência Brasil. Formada no Flamengo em 1995, a atleta passou por vários clubes. E, até o final do ano passado, defendia o São Bernardo do Campo.

Com cinco Olimpíadas no currículo (Sydney, Atenas, Pequim, Londres e Rio de Janeiro), a atleta, de 35 anos, volta ao Ginásio Cláudio Coutinho com vários objetivos, mas um deles talvez seja o mais especial: “Não sou uma pessoa que deixa as oportunidades passarem. É claro que, se tiver chances, vou lutar pela 6ª Olimpíada. Sei muito bem que não vai ser fácil. Serão apenas duas vagas para toda América. E, antes disso, ainda teremos as seletivas internas. Mas sonho sim. Pode ter certeza”. O caminho até Tóquio prevê uma passagem pelo Campeonato Pan-americano da modalidade, que deve ocorrer até maio de 2021. Na competição serão distribuídas duas vagas em cada gênero, com limite de uma vaga por país.

Até o momento, a única atleta da ginástica artística feminina do Brasil garantida em Tóquio é Flávia Saraiva. No Mundial de Stuttgart, em 2019, ela conseguiu a 10ª melhor nota no individual geral e se classificou. Para conseguir essa vaga e se juntar a outra brasileira, Daniele precisa manter o foco, algo que não é novidade para ela: “Mesmo no ano passado, quando aconteceram algumas coisas que me fizeram pensar um pouco mais na minha transição de carreira, nunca deixei a ginástica de lado. Eu amo esse esporte. Testei algo diferente. Participei de alguns programas de TV. Mas, se for ver, foi algo que posso aproveitar no meu trabalho na ginástica, na coreografia”, lembra.

E agora, a partir deste mês, ela voltou aos trabalhos específicos no ginásio rubro-negro. “A ginástica é um esporte que exige o contato do atleta com os aparelhos. Em casa, consegui fazer muito da parte física, mas o trabalho técnico tem de ser no ginásio mesmo”, diz a atleta, que em 2020 completa 32 anos de carreira. Neste período ela nunca passou tanto tempo afastada do ginásio como na pausa forçada pela pandemia: “Graças a Deus, não tive tantas lesões tão sérias. Tive uma no pé e uma no ombro que me deixaram bastante tempo fora. Mas a parada nunca tinha sido tão longa. Agora foram aproximadamente quatro meses”.

Reencontro com equipe dos Jogos Rio 2016

Ao voltar ao clube, ela volta a fazer parte da equipe das outras ginastas que compuseram o time olímpico que representou o Brasil nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade já estavam no elenco rubro-negro. “Isso é mais uma parte muito legal dessa história. Vi essas meninas crescendo e evoluindo. Elas fizeram parte da minha história como atleta. Estar com elas aqui é importante demais. Gosto de ver o crescimento do esporte. Isso é empolgante. Lá, no São Bernardo, a equipe era muito jovem também. Sempre achei isso demais. Quero mostrar que o ídolo deve estar perto das crianças e servir de referência para elas”, conclui Daniele. (Por Juliano Justo - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo)

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