Com 15 medalhas no currículo, Daniel Dias é conhecido como o Michael Phelps dos esportes paralímpicos. Além das conquistas no mesmo esporte, eles têm em comum a chance de levar a estatueta de melhor atleta olímpico e paralímpico de 2012, no Prêmio Laureus, que será entregue nesta segunda-feira, no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro. Apesar das realidades semelhantes, o brasileiro parecia apenas mais uma entre as 30 crianças sorridentes que dividiram a piscina do Complexo Esportivo da Rocinha com o maior atleta da história.
- Essa é a minha segunda vez aqui. É uma cidade impressionante, incrível. Nunca tinha visto nada como isso. As pessoas são impressionantes. Andei ontem na praia. É legal ver todo mundo relaxado, aproveitando deitado. Isso é uma coisa legal que você não vê em nenhum outra cidade. É uma coisa para as Olimpíadas e também para a Copa do Mundo. Vai ser especial para as pessoas poderem experimentar a cidade ainda mais - disse o simpático americano.
Daniel Dias foi o anfitrião da visita de Phelps no projeto social da famosa comunidade do Rio de Janeiro. O rápido encontro, que também contou com a presença do campeão olímpico sul-africano Chad le Clos, foi marcado por muita diversão. Primeiro, o ex-nadador dono de 22 medalhas olímpicas em sua carreira, incluindo 18 medalhas de ouro, respondeu a perguntas das crianças, depois nadou ao lado delas e dos outros dois nadadores. Simpático, deu dicas, distribuiu toucas da Fundação Michael Phelps e se despediu entregando medalhas para todo mundo.
O paralímpico brasileiro conversou com o companheiro de esporte e ficou feliz em saber que Phelps sabia um pouquinho sobre sua história. Apesar das conquistas nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012, esta foi a primeira vez que Daniel Dias pôde ver de perto o seu ídolo.
- Ter uma celebridade como Phelps aqui é algo incrível. Fico feliz em estar somando, mas a estrela é o Phelps. Conheci ele hoje e já tive a chance de nadar ao lado dele. Acho que não fiquei muito atrás, não. Ele é uma grande inspiração para mim e para muitas pessoas - disse Daniel Dias, que pretende bater o recorde de 22 medalhas do ídolo.
Quem também saiu todo orgulhoso da piscina do Complexo Esportivo da Rocinha foi Wiliam de Sousa, de apenas 12 anos. O menino, que está há três anos no projeto, garante que venceu Phelps nesta segunda.
- Eu estava na borda da piscina e vi que ele pulou. Aí, pensei: "Vou ganhar dele agora". Entrei na piscina e consegui ultrapassar o Phelps. Foi muito emocionante. Depois, ele perguntou meu nome, quantos anos eu tinha e disse que voltaria para me visitar quando eu fosse um nadador profissional - contou Wiliam.
Campeão solidário
O astro americano criou a Fundação Michael Phelps após seu histórico desempenho nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, quando faturou oito medalhas de ouro. Desde então, constantemente tem se engajado nas questões sociais, principalmente, nos últimos sete meses. Em outubro do ano passado, em sua primeira visita ao Brasil, o ex-nadador conheceu o projeto social da Vila Olímpica Carlos Castilho, no Complexo do Alemão.
O Complexo Esportivo da Rocinha, inaugurado em dezembro de 2010, beneficia cerca de 4.500 pessoas. O local oferece 17 diferentes modalidades esportivas, além de serviços sociais e de saúde para as crianças e jovens da comunidade carente. Um dos programas mais conhecidos é o do medalhista olímpico Flávio Canto. Alguns destaque da seleção de judô já saíram da iniciativa do ex-atleta.
Na noite desta segunda, Michael Phelps tenta ganhar um dos poucos prêmios que ainda não tem: o Laureus - considerado o "Oscar do Esporte". O americano disputa na categoria Melhor Atleta Masculino, ao lado de feras como o jamaicano Usain Bolt e o britânico Mo Farah (atletismo), o argentino Lionel Messi (futebol), o alemão Sebastian Vettel (Fórmula 1) e o britânico Bradley Wiggins (ciclismo).