O site da revista inglesa "Autosport" publicou nesta quarta-feira detalhes do caso Renault no GP de Cingapura de 2008, quando Nelsinho Piquet teria batido propositalmente ordenado pela equipe para favorecer Fernando Alonso. O autor da denúncia teria sido Nelson Piquet, tricampeão da Fórmula 1 e pai do brasileiro, no dia 26 de julho, data da última corrida do piloto no time francês, o GP da Hungria.
Segundo a reportagem, Nelson teria falado diretamente com Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). No dia 30 de julho, Nelsinho teria ido à sede da FIA, em Paris e encontrado Alan Donelly, chefe dos comissários de prova, e os investigadores externos da agência Quest, onde teria contado toda a história.
Após o depoimento de Piquet, os três comissários do GP de Cingapura e dois investigadores externos viajaram para o GP da Bélgica para interrogar representantes da Renault. De acordo com a revista italiana "Autosprint", a telemetria do carro de Nelsinho seria outro motivo para o caso ser julgado no Conselho Mundial da FIA. Segundo a "Autosport", as rodas traseiras da Renault, na curva 18, perdiam aderência normalmente na saída, o que forçava o piloto tirar o pé rapidamente. No entanto, na volta da batida, Nelsinho continuou acelerando, mesmo sem o apoio nos pneus.
A revista publica partes do depoimento de Flavio Briatore em que o dirigente diz que é "uma vítima de extorsão feita pela família Piquet". - Confirmo a reunião com Piquet na manhã de domingo, mas nada sobre isso foi falado. Lembro também que ele, em Cingapura, estava em um estado mental muito fraco. Além disso, temos gravações de áudio em que eu expresso minha decepção quando vi nas telas que Nelsinho tinha batido - diz Briatore, segundo a "Autosport".
No depoimento aos comissários da FIA e aos investigadores independentes, Nelsinho teria dito que só aceitou participar da trama por se sentir desconfortável com sua situação na equipe. Naquela época, a Renault ainda não tinha renovado o contrato do brasileiro para 2009 e Briatore se recusava a conversar sobre o assunto. O brasileiro teria sugerido que só bateu porque acreditava em uma recompensa pela ação.
Três corridas depois, no GP do Brasil, seu contrato foi renovado para 2009. Piquet teria dito ainda que teria conversado com Pat Symonds, diretor de engenharia da Renault, após a reunião. O dirigente teria instruído o piloto a bater na volta 13 ou 14, pouco antes da parada de Alonso, na 17ª. A escolha da curva se basearia no único local da pista em que os carros não poderiam ser removidos pelo guindaste, sem a entrada do Safety Car. As acusações de Nelsinho, no entanto, teriam sido negadas por Briatore e Symonds em documentos que estariam de posse da FIA.
Apesar dos dirigentes confirmarem a reunião, ambos teriam dito que o acidente foi sugestão de Nelsinho Piquet. - É verdade, durante a reunião de domingo com Piquet o tema de forçar a entrada do Safety Car foi abordado, mas proposto pelo próprio Piquet. Mas foi apenas uma conversa - diz Symonds, segundo a "Autosport".