Ney sonha construir “era” no SP e aposta em Ganso de novo no topo

Técnico afirma que gostaria de ficar por muito tempo no clube, aposta na recuperação total de Ganso e diz ter certeza de fazer “trabalho excelente”

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Não se enganem com a fala mansa, sem alteração no tom de voz, o jeito pacato e sem vaidade de Ney Franco. O técnico do São Paulo não grita e passa longe do marketing. Às vezes, impressiona pela firmeza.

Foram os casos da bronca pública no maior ídolo do clube, Rogério Ceni, quando o goleiro discordou de uma substituição; da resposta firme ao vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes, que se disse envergonhado de uma atuação, e na contundência ao acusar o Tigre de ter fugido de campo na final da Copa Sul-Americana. De bobo, Ney não tem nada.

O momento do São Paulo na temporada é "estranho". Líder do Campeonato Paulista, mas em situação difícil na Libertadores, onde ocupa o segundo lugar no Grupo 3 e tem dois jogos fora de casa pela frente. No último jogo, diante do Arsenal, o time saiu de campo vaiado pela torcida. Nada, porém, que abale a confiança do treinador.

- Tenho certeza de que desenvolvo um trabalho de muita qualidade. Qualquer um pode avaliar meu trabalho, mas ninguém pode roubar meus títulos e números. O cara que estudar meus números percebe que o São Paulo tem hoje um treinador com condições de desenvolver um bom trabalho, montar uma equipe e disputar títulos.

A paixão do Tricolor pela Libertadores, talvez, seja o maior empecilho para o mineiro de Vargem Alegre.

A classificação para as oitavas de final corre sério risco, e uma eliminação tão precoce pode causar estragos no ambicioso plano de Ney. Com Telê Santana e Muricy Ramalho como referências, ele deseja ficar muitos anos no São Paulo. O técnico se diz adaptado ao clube, elogia a estrutura, o profissionalismo dos jogadores e a relação com o presidente Juvenal Juvêncio (com quem jura só ter conversado duas vezes por telefone desde que foi contratado, em julho do ano passado).

- Acho que seria uma parceria muito interessante para mim, pela repercussão do trabalho no São Paulo, e também para o clube, porque quanto menos se mexe nessa estrutura de dia a dia, melhor. Quero ter meu nome gravado na história do São Paulo.

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