O presidente Javier Milei enviou ao subsecretário de esportes, Julio Garro, demitido na quarta-feira (17), após exigir uma retratação dos jogadores por um cântico racista. "Nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina", disse.
COMO TUDO COMEÇOU
Tudo teve início na segunda-feira (15), poucas horas após a Argentina vencer a Colômbia e conquistar mais uma vez a Copa América. Durante uma transmissão ao vivo feita pelo jogador Enzo Fernández, os jogadores foram registrados entoando os seguintes versos:
"Eles jogam pela França, mas são de Angola. Que bom que eles vão correr, se relacionam com transexuais. A mãe deles é nigeriana, o pai deles cambojano, mas no passaporte: francês".
Desta vez, a Federação Francesa de Futebol apresentou uma denúncia por racismo, e a FIFA anunciou que estava iniciando uma investigação para apurar a transmissão ao vivo de Enzo Fernández.
ENZO PEDIU DESCULPAS
O caso ganhou destaque na mídia argentina. O subsecretário de Esportes, Julio Garro, pediu retratação do capitão Messi e dos jogadores da seleção. Enzo Fernández se desculpou nas redes sociais, admitindo ter se deixado levar pela euforia, mas afirmou que o cântico não reflete suas crenças.
RECADO DE MILEI
A decisão de demitir o subsecretário que cobrou a seleção foi anunciada publicamente na noite desta quarta-feira. O gabinete do presidente publicou um texto acompanhado da foto da seleção campeã em uma rede social.
"A Presidência informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina, Campeã Mundial e Bicampeã Americana, ou a qualquer outro cidadão. Por isso, Julio Garro deixa de ser Subsecretário de Esportes da Nação."