O número um do mundo no tênis, o sérvio Novak Djokovic, expulso da Austrália após uma batalha judicial sobre sua situação em relação à vacina contra a Covid-19, é esperado nesta segunda-feira na Europa após escala em Dubai, após o início do Aberto da Austrália que sonhava em vencer pela décima vez.
O tenista sérvio de 34 anos desceu do avião com duas malas e máscara, após aterrissar às 05h32 (21h32 de domingo no horário de Brasília) no Aeroporto Internacional de Dubai.
O destino final do atleta não foi revelado, mas a polícia mantinha os jornalistas afastados do aeroporto de Belgrado, segundo um fotógrafo da AFP.
O tenista seria a figura central na abertura do Aberto da Austrália nesta segunda, mas não pôde participar do torneio depois que um tribunal rejeitou seu pedido para permanecer no país.
O torneio australiano começou, enfim, sem sua estrela principal, que venceu nove vezes. A expulsão de Djokovic se deu após uma disputa legal com as autoridades australianas que polarizou a opinião mundial e prejudicou a imagem de ambas as partes.
O tenista se declarou "extremamente decepcionado" depois que um tribunal federal confirmou por unanimidade a decisão do governo de cancelar seu visto.
"Há quase uma semana, quando ele ganhou o caso em primeira instância, conseguiu recuperar seu visto e estava treinando. Eu disse que a justiça havia falado", comentou hoje Rafael Nadal em Melbourne, depois de passar para a segunda rodada.
"Ontem a justiça disse outra coisa. Nunca serei contra o que a justiça diz", acrescentou.
"Acho que a situação foi um desastre (...) Ele não é o único que provavelmente fez coisas erradas nesse caso. Claro, há mais responsáveis em toda essa situação terrível que estamos enfrentando há duas semanas", completou o espanhol.
Após a decisão, o atleta embarcou, no domingo, em um voo no aeroporto de Melbourne com destino a Dubai na companhia de assistentes e autoridades.
Duas vezes nos últimos 11 dias, o governo australiano revogou o visto de Djokovic e o deteve em um centro de imigrantes, dizendo que sua presença poderia alimentar um sentimento antivacina em meio a uma onda de infecções pela variante ômicron da covid.
O tenista sérvio contestou ambas as decisões na Justiça, onde venceu a primeira, mas perdeu a fase decisiva no domingo.
O atleta sérvio pode ficar três anos sem poder entrar na Austrália, o que dificultaria a conquista do seu 21º Grand Slam. Atualmente ele tem 20 títulos como Roger Federer e Rafael Nadal.