Bernardo é explosivo e tímido ao mesmo tempo, é daqueles que comemoram um gol com uma avalanche de raiva e escondem a voz no momento de gravar uma chamada para o rádio. É polêmico e temperamental, mas leva esporro de Carlos Alberto sem ser capaz de reagir.
Artilheiro do Vasco no Carioca e esperança do time para a decisão da Taça Guanabara, amanhã, contra o Botafogo, é um Edmundo versão 2.0: decisivo em campo, um prato cheio para os corneteiros de plantão e magnético em relação à torcida.
Se soubesse a atração que causa nos vascaínos, talvez não tivesse confidenciado a amigos o grande receio de ser mal recebido no retorno à Colina, menos de um ano após acionar o clube na Justiça e sair pela porta dos fundos. Mas, assim como Edmundo, que chegou a ser modelo de cuecas nos anos 90, Bernardo tem forte apelo entre as torcedoras, especialmente as adolescentes.
Entre os marmanjos, faz sucesso pelo estilo aguerrido, pela eloquência com que reage a acertos e erros. Assim como fazia Edmundo, nunca indiferente aos gols e aos vacilos dos colegas. O ex-narrador Osmar Santos, responsável pelo apelido do Animal, bem que poderia chamar Bernardo da mesma forma. O próprio vê a semelhança:
- Temos o mesmo naipe de jogo. Às vezes, brigamos muito pelas vitórias. Estou trabalhando para ajudar o Vasco a conquistar os títulos, para fazer o time ser campeão, como Edmundo fez.
Quem trabalhou com os dois também enxerga similaridades. Gaúcho foi treinador do ex-camisa 10 na base e hoje explica como lidar com jogadores de personalidade forte, o caso da dupla.
- Você tem de impor limites. Não pode tratá-los como um paizão - afirmou.