Neymar entrou em campo na última quinta-feira (31) para mais uma partida da seleção brasileira. Em campo, como de costume, era o camisa 10 e grande figura do time diante do Equador, na Arena do Grêmio. Desta vez, no entanto, o status era outro. Tratava-se do jogador mais caro do mundo em campo. E a "nova versão" da estrela não manteve o destaque de outrora.
Com o peso e os holofotes que parecem só aumentar com o passar do tempo, Neymar voltou a mostrar um quadro delicado que vinha tentando deixar para trás na seleção. O atacante se irritou e chegou a levar um cartão amarelo logo no início da partida.
Na sequência, mais discussões. E os lances decisivos daquele que ajudou a conduzir o Brasil à Copa do Mundo da Rússia não se repetiam nesta rodada das Eliminatórias.
Neymar tinha a bola, mas não resolvia. Pelo contrário, segurava demais a posse da mesma. O camisa 10 não fazia o time jogar como de costume.
Em certo momento, no segundo tempo, com o placar ainda marcando 0 a 0, Neymar pegou a bola no centro de campo, pelo lado esquerdo, e foi parar próximo à bandeira de escanteio do lado direito. Não tocou para ninguém. Voltou com a bola até a meia lua. Driblava os adversários como podia, mas não produzia com a mesma efetividade.
Coube a outro jogador – Philippe Coutinho – assumir o protagonismo e resolver o jogo. Com o 2 a 0, Neymar seguia tentando seu gol nos minutos finais. Mas não era seu dia. E o descontentamento era claro.
Ao apito final, deu mais um argumento para os críticos. Enquanto o grupo se reunia no centro do gramado e agradecia ao apoio recebido na Arena do Grêmio, o craque saía direto para o vestiário. E era clara a sua insatisfação, que ficou ainda mais evidente na zona mista.
Abordado por um repórter sobre o revide em algumas situações do jogo, Neymar rebateu: "Acho que você viu um jogo completamente diferente. Não teve entrada nenhuma, não revidei ninguém", respondeu, antes de sair andando.
Além das atitudes, os números endossavam a noite pouco inspirada de Neymar. Ele deu sete passes errados, falhou em sete cruzamentos (pior desempenho da era Tite) e errou 75% das finalizações, acertando apenas uma – também a pior estatística neste sentido desde que começou a trabalhar com o novo treinador.
Quem pagou o caro ingresso para ver o craque que vem brilhando no Paris Saint-Germain acabou vendo uma versão menos brilhante do jogador mais caro do mundo.
Na próxima terça-feira, nova chance de repetir as boas atuações recentes. Desta vez, porém, longe da torcida. O Brasil encara a Colômbia, em Barranqui, na sequência das Eliminatórias.