Ronaldinho Gaúcho encarará uma nova realidade ao vestir a camisa do Cienciano, do Peru. Anunciado como reforço do clube, o craque brasileiro encontrará uma equipe na busca pela recuperação - ou renascimento, na visão dos mais pessimistas. Em um espaço de doze anos, o time de Cusco se afundou em má administrações e caiu para a segunda divisão do país.
Campeão da Copa Sul-Americana em 2003, conquistado depois de surpreendente vitória sobre o Boca Juniors na decisão, o Cienciano sofre com problemas financeiros desde 2010, quando o rebaixamento só não veio em virtude de um triunfo por 2 a 1 sobre o Alianza Atlético na última rodada do campeonato.
No ano passado, contudo, o clube de Cusco não escapou e a elite do futebol peruano ficou no passado. Um campeão continental relegado à Série B do seu país e diante de um processo de queda contínua.
O rebaixamento de divisão deu-se, além da campanha pífia, por conta da péssima administração. O atraso de salários resultou em uma punição esportiva grave: 16 pontos a menos na tabela, castigo pelos atrasos nos vencimentos dos atletas, e uma briga mais acirrada nos tribunais do que em campo.
O Cienciano até recuperou os pontos neste ano, depois de disputa no tribunal da Federação Peruana. No entanto, com toda a primeira divisão já organizada - até esta segunda-feira, o torneio se encontra na décima rodada -, a equipe decidiu evitar mais disputas longe dos gramados e tentará retornar à elite no campo.
Para ressurgir, o Cienciano aposta em uma administração profissional e um trabalho de marketing agressivo. A contratação de Ronaldinho, que inclusive gravou um vídeo no qual garante o acordo, faz parte desta nova era no clube.
"Eu visto a camisa do Cienciano. Meus amigos de Cusco, em breve estaremos juntos", disse o veterano, em vídeo publicado pelo clube peruano.
Se Ronaldinho fará parte do plantel na segundona do Campeonato Peruano ou apenas participará de um jogo festivo, nem clube e sequer jogador anunciaram. O plano inicial, fora o fato de contar com o melhor do mundo em 2004 e 2005, é recuperar o campeão da sul-americana de 2003 o mais rápido possível.
Fora de campo, a missão está nas mãos do empresário Sergio Ludeña Visalot. O primeiro passo era retormar o comando do Estádio Garcilaso de la Vega, fechado pelo Governo Regional de Cusco no final do ano passado em virtude das dívidas do clube.