É indiscutível e inegável: os últimos dez dias do Atlético-MG foram atípicos. E olha que nem foi por alguma grande partida, confusão ou problemas no grupo. Desde o último dia 14 de junho, a chegada de Ronaldinho Gaúcho ao clube mexeu com o futebol de Minas. Desde a saída tumultuada do Flamengo, com clube e atleta em batalha judicial, até o rápido acerto com o Alvinegro mineiro, Ronaldinho tem dado o que falar. Aliás, qualquer assunto que envolve o jogador é motivo para chamar a atenção da imprensa e a curiosidade dos torcedores. Entre os vários assuntos que foram tema de discussão, uma escolha do craque se destacou: o uso do número 49 na camisa, diferente do tradicional 10 que o acompanhou durante tantos anos.
A explicação pelo número, nunca usado antes por ele, tem razões familiares. A escolha foi uma homenagem à mãe, Dona Miguelina, nascida em 1949, recentemente submetida a cirurgia para retirada de um tumor. Porém, outro sentido pode ser encontrado na numerologia. Associada por muitos como um estudo de mera adivinhação, aqueles que se dedicam a ela garantem que o poder dos números em nossas vidas é real, e as escolhas relacionadas a eles têm motivo.
A numeróloga Maria Tereza Arvelos Costa, que se dedica há anos a esse estudo, afirma que, no caso de Ronaldinho, a escolha pelo 49 não terá um efeito negativo. E prevê: pela análise dos números, o jogador poderá se reencontrar no Atlético-MG.
- O 49 é um número familiar, de pessoas que têm raízes. Ele está em busca do acolhimento. Eu não acredito que as escolhas são inconscientes, elas têm um sentido no universo.
Segundo Maria Tereza, o número 4 indica que, no Galo, Ronaldinho Gaúcho terá uma passagem que tende à solidez.
- O 4, na numerologia, indica a solidez. É um numeral que corresponde ao quadrado, ao cubo, porque ele é preso, como um sólido geométrico. Ele não roda com facilidade, não desloca. Você sabe que ele está sólido. A pessoa que tem o 4 terá desafios, sim. Porém, se se dispuser, vai se solidificar.
O numeral também tem, segundo ela, uma função estética. Para Maria Tereza, Ronaldinho tem uma necessidade de se sentir bem acolhido e estar em um ambiente harmonioso.
- Tem uma correspondência com a beleza, a estética. Para o jogador de futebol, quer dizer que ele tem que estar em um lugar organizado para funcionar bem. As coisas ásperas, puras, não têm sintonia. A harmonia do ambiente de trabalho é importante. Ser bem acolhido, será fundamental.
O espelho do grupo
Já o número 9 também tem a força de trazer bons fluidos para o meia.
- O 9 já é um número da sorte, porque ele é o último. Ele, no entanto, não é o do brilho, mas sim, do suporte. Ele não está interessado em ser a estrela, mas em jogar, ser companheiro. Ele vai ter uma função aqui, de fazer boas jogadas, colocar os outros na cara do gol. Na numerologia, é o número que ampara. Também vai ser um atleta que será admirado pelos mais novos, justamente pelo brilho que carrega e pela experiência que tem.
Dentro de campo e na Cidade do Galo, Ronaldinho estreou bem. Na primeira partida com a nova camisa, preta e branca e com o 49 nas costas, o meia teve boa atuação na vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, com lampejos e boas jogadas com o atacante Jô.
A relação com os companheiros, garantem eles próprios, é mais do que satisfatória, e o meia foi bem recebido por todos.
Número explosivo
Sobre os 15 meses de altos e baixos que teve no Flamengo, onde usou a camisa 10, a análise é reveladora. O número, segundo Maria Tereza, tem uma tendência explosiva.
- O número 10 é aquele que vem para remexer, explodir. E aí está a armadilha: se a pessoa estiver estruturada para o que se propõe, ela alavanca. Mas o contrário também é verdadeiro. É um numeral que pode arrasar.
Nos outros times pelos quais passou, o craque usou outros números. No Flamengo, Ronaldinho usou o 10, no Milan, o 80, e Barcelona, também a camisa 10.
No Paris Saint-Germain, Ronaldinho começou com o número 21. Depois, virou o 10. Na seleção brasileira, jogou com a 7, mas foi campeão da Copa do Mundo de 2002 usando a camisa 11. Depois, virou 10.