Bordadeiras rebatem críticas nas redes ao uniforme do Brasil nas Olimpíadas: “Preconceito”

Bordadeira lamenta as críticas que tem acompanhado nas redes sociais e diz que vê como forma de preconceito com o povo e a região do Nordeste.

Uniforme usado pela delegação brasileira | Alexandre Loureiro/COB
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Na última semana, os uniformes que a delegação brasileira usará na cerimônia de abertura das Olimpíadas 2024, nesta sexta-feira (26), em Paris, têm sido alvo de comentários negativos. Assinado pela Riachuelo, o traje inclui uma jaqueta jeans com desenhos bordados à mão por artesãs do Rio Grande do Norte.

Bordadeira

Alcilene Medeiros da Conceição, 44, bordadeira de Timbaúba dos Batistas (RN) e coordenadora do grupo Timbaúba dos Bordados, fez parte da parceria com o Instituto Riachuelo para criar os bordados das jaquetas. Em uma entrevista à Folha de São Paulo, ela lamentou as críticas que tem acompanhado nas redes sociais: "Eu vejo como uma forma de preconceito com o povo e a região do Nordeste".

Design

Alcilene explica que o design foi criado pelo Instituto Riachuelo, enquanto seu grupo e outras associações da região bordaram onças, araras e tucanos nas jaquetas. "O uniforme não está feio. Foi feito com muito amor, carinho e capricho e pensado no conforto dos atletas. Eu super queria um para mim", afirma.

Pedidos

Salmira Torres, 69, artesã e presidente da Associação das Bordadeiras, também é secretária de Desenvolvimento e Turismo do município. Ela conta que o Instituto Riachuelo fez o pedido em 15 de outubro de 2023, para bordar 1.500 peças em 90 dias. Salmira vê as críticas de forma positiva: "É uma grandeza para o nosso município no semiárido nordestino. Estamos valorizando a nossa fauna e flora, levando um pouco do nosso Brasil para as Olimpíadas".

Salmira e Jailma Araújo, coordenadora de artesanato do município, representarão as bordadeiras em Paris, com apoio financeiro da Embratur. Elas levarão uma máquina de bordar para divulgar o trabalho da cidade na capital francesa.

Bordados

Cathyelle Schroeder, CMO da Riachuelo, destacou que a parceria com as bordadeiras faz parte do programa Pró-Sertão, lançado em 2013, que incentiva a geração de empregos no semiárido do Rio Grande do Norte. Sobre as críticas, Schroeder afirma que a empresa está atenta ao feedback dos consumidores e destaca que, ao contrário das outras peças, os bordados têm sido os mais elogiados.

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