O que realmente inspirou performance da “Última Ceia” na abertura da Olimpíada?

No contexto da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, a intenção original de Thomas Jolly era celebrar os deuses do Olimpo. No entanto, a execução gerou controvérsia.

Representação durante abertura dos Jogos Olímpicos foi vista como uma paródia desrespeitosa à religião | BBC
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Thomas Jolly, cerimonialista e diretor criativo da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, refutou acusações de que sua apresentação tenha parodiado a Última Ceia. Grupos religiosos e bispos franceses criticaram o evento, alegando que ele desrespeitou o Cristianismo com uma "zombaria" dos símbolos religiosos.

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A CENA

A cerimônia, transmitida para milhões de espectadores, exibiu uma cena com o cantor e ator francês Philippe Katerine interpretando o deus Dionísio, seminu e pintado de azul, em um banquete festivo. A cena incluiu dançarinos, drag queens e pessoas em fantasias coloridas em poses semelhantes às representações da Última Ceia, o último jantar de Jesus com seus apóstolos.

ERA PRA SER DEUSES DO OLIMPO

Jolly explicou em entrevista ao canal francês BFM que a intenção era criar uma celebração pagã ligada aos deuses do Olimpo e afirmou que não havia intenção de zombar ou ofender. 

"Você nunca encontrará em meu trabalho qualquer desejo de zombar ou difamar. Eu queria uma cerimônia que unisse as pessoas, que as reconciliasse, mas também uma cerimônia que afirmasse nossos valores de liberdade, igualdade e fraternidade."

DIONÍSIO NA CENA

Ele destacou que a presença de Dionísio se relaciona com o tema da festa e o rio Sena e achou que suas intenções estavam claras. "Dionísio aparece nessa mesa. Ele está presente porque é o deus da festa, do vinho, e pai de Sequana, deusa relacionada ao rio Sena.", afirmou.

Pintura 'A Festa dos Deuses', obra concluída em 1514 pelo italiano Giovanni Bellini — Foto: Getty Images/Via BBC

APOIO À PERFORMANCE

A defesa de Jolly encontrou apoio entre internautas que notaram semelhanças com a pintura "A Festa dos Deuses" de Giovanni Bellini, que retrata uma celebração no Olimpo. A controvérsia levantou questões sobre a linha entre criatividade artística e respeito às crenças religiosas.

MANIFESTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 

Apesar das explicações de Jolly, a organização dos Jogos Olímpicos de Paris pediu desculpas, enfatizando que não houve intenção de ofender qualquer grupo religioso. 

"Claramente nunca houve a intenção de mostrar desrespeito a nenhum grupo religioso. Se as pessoas se ofenderam, é claro que lamentamos muito, muito mesmo", disse a porta-voz de Paris 2024, Anne Descamps, em uma coletiva de imprensa no último domingo (28/7).

Com informações da BBC via g1

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