Se para muitos observadores o Brasil foi dominado taticamente pela seleção italiana na partida desta quinta-feira, o treinador Luiz Felipe Scolari discorda. Viu no resultado um endosso de seu plano de fazer a seleção jogar num 4-3-3 em que, além de deixar Neymar mais à vontade, acredita resolver o problema da proteção à defesa. Tanto que já anunciou que vai manter a formação para a partida de segunda-feira contra a Rússia, em Londres, ainda que planeje fazer até três alterações, uma delas a entrada de Thiago Silva.
"Para mim, o time mostrou muito mais evolução do que qualquer outra coisa. Foi nosso segundo jogo, estamos ainda assimilando nossa forma de jogar. Levamos gols, mas gostei do que a equipe fez. Taticamente fomos bem, vi evolução no sistema e vamos insistir com ele", analisou Scolari.
Felipão falou ainda especificamente sobre os volantes. Contra a Inglaterra, no mês passado, ele havia se mostrado preocupado com a falta de combate no meio de campo e avisou que traria jogadores de mais pegada para lidar com italianos e russos. Fernando, do Grêmio, e Luiz Gustavo, do Bayern de Munique, foram chamados para se juntar a Paulinho e Ramires, que vinham jogando como titulares desde os tempos de Mano Menezes. O gremista foi imediatamente alçado a titular, ao lado de Hernanes, depois de tanto Ramires quanto Paulinho apresentarem problemas de lesão.
"Fernando e Hernanes foram além do esperado. Fernando fez praticamente sua estreia pela seleção e foi muito bem. Com ele e Hernanes ganhamos mais dois jogadores para o futuro", acredita Felipão.
Porém, numa comparação estatística direta com a partida do mês passado em Wembley, quando atuou numa espécie de 4-2-3-1, o Brasil foi menos combativo contra a Itália. De acordo com o Datafolha, os ingleses chutaram 11 vezes a gol, ao passo que os italianos dispararam 19 chutes em direção ao gol defendido por Júlio César. O número de desarmes também foi menor (84 a 77). O único indicador a mostrar crescimento foi o de faltas ? o Brasil bateu três vezes mais nos italianos (22) que nos Ingleses.
Ofensivamente, houve redução nos chutes a gol por parte dos brasileiros (15, contra 18 no mês passado), mas o resultado final contra os italianos foi certamente melhor que a derrota para os ingleses.