Alexandre Pato foi apresentado pela diretoria do São Paulo como reforço nesta sexta-feira, no CT da Barra Funda. Ao lado do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e do diretor executivo Raí, o atacante se declarou ao clube antes mesmo de vestir a camisa dada pelos dirigentes.
– Obrigado, presidente. Obrigado, Raí. Voltar para casa não tem preço – falou o jogador.
Depois de vestir a camisa do Tricolor, ainda sem número definido para ele, Alexandre Pato falou da sensação de voltar ao clube onde fez 38 gols nas temporadas 2014 e 2015 e dos seus objetivos:
– Achei que a primeira pergunta seria se eu estava feliz. Estou muito feliz de voltar para casa, de voltar a ficar perto das pessoas que eu amo, representar um clube tão grandioso. A minha escolha pelo São Paulo foi por amor. Me receberam de abraços abertos, me abraçaram tão forte que falei que esse abraço me marcou. Minha escolha foi pelo legado que tive, pelo carinho dos torcedores, é um amor que não tenho como explicar. Estou muito feliz pela minha escolha, foi a mais certa que fiz na minha vida. Vou fazer de tudo para que possa devolver aos torcedores na rua, na internet.
– Eu acho que para entrar na história de um clube precisa ser campeão, eu vou conversar com Lugano e Raí depois para pedir uma cola para eles. Eu vim para ser eternizado, para estar perto do São Paulo neste momento de reconstrução. Muitos jogadores novos, muitos jogadores que estão crescendo. Total certeza que o São Paulo vai ser campeão, no momento justo e no momento que o torcedor merece – acrescentou Pato.
O atacante do São Paulo admitiu que conversou com outros clubes, como Palmeiras e Santos. E falou também que, assim como falou ao telefone com Cuca, fez o mesmo com Felipão e Sampaoli.
– Todos ficaram sabendo, conversei com Felipão como conversei com Sampaoli, Cuca, outros treinadores, Cannavaro (do chinês Guangzhou Evergrande) me liga até agora. Quando não tem nenhum clube, as pessoas chegam, mas a palavra final sempre foi minha. A minha escolha foi a mais certa – falou o jogador, que pagou do bolso a rescisão com o Tianjin Tianhai, da China.
Pato, inclusive, desconversou quando questionado se teria se oferecido ao Palmeiras:
– Vocês continuam com a história desse e daquele clube... Estou feliz aqui, minha escolha foi a melhor. O que sempre será é a minha decisão, e foi a de jogar no São Paulo. Não vejo outro lugar melhor do que o São Paulo para jogar.
Com contrato assinado até dezembro de 2022, o atacante fez exames médicos pela manhã. Como está sem atuar desde novembro do ano passado, Pato precisará fazer pré-temporada. A tendência é que esteja pronto para a estreia no Brasileirão, no fim de abril. Ele não está inscrito no Paulistão.
– Momento especial e grandioso na história recente do São Paulo. Deixou uma marca importante profissional e pessoal. Não cometo erro ou exagero ao dizer que é um caso de amor recíproco: dele pelo São Paulo e de toda comunidade por ele. Momento de muita alegria e demonstra a intenção do clube de ir em busca de conquistas e de planos mais elevados – disse o presidente Leco.
– Muito feliz pela chegada. Dou as boas vindas ao Pato. Talento. Vai agregar muito em todos aspectos, na questão tática e o significado dele no clube. O carinho que tem pelo São Paulo é recíproco. Chega em um momento importante. Temos um jogo amanhã. O time vem crescendo e mostrando capacidade, diversidade nos seus talentos. Tem grandes possibilidades para essa temporada. Ele chega em um momento importante do São Paulo. Certamente vai agregar muito para nós. A nação são-paulina está muito feliz com o Pato – completou Raí.
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Contato com Cuca
– Eu fiquei muito feliz, lembro até hoje que o (Alexandre) Pássaro falou que o professor ia me ligar. A conexão não estava muito boa, acabei retornando a ligação. Conversamos sobre tudo, a escolha dele, como estava de saúde, a minha escolha. Pesou muito na minha escolha, quero que ele dê os mesmos conselhos quando foi campeão da Libertadores. Espero que junto com os jogadores a gente possa ganhar uma Libertadores como ele fez no clube que passou.
Balanço da carreira
– Tudo o que eu faço fora de campo é minha vida privada, dentro de campo sempre tentei trabalhar e fazer meu melhor. Os números estão aí. Algumas passagens que eu tive, a única que tive pouca chance foi no Chelsea, joguei dois jogos e fiz um gol. Então os números estão a meu favor. Sempre fui muito trabalhador, infelizmente tive um período no Milan que não foi meu melhor período. Aconteceu. Sempre estive lá trabalhando e tentando fazer o melhor. Agora volto para minha casa, que eu possa fazer gols. Quem sabe aquilo que venho para buscar, títulos e ser campeão para ficar marcado na história do clube.
Seleção brasileira
– O passado, se fosse tão fácil voltar, teria mudado muitas coisas. Cada situação é um aprendizado. Agora é uma nova era, vou escrever uma nova história. Quero buscar títulos, retribuir o carinho dos torcedores. Só tenho de agradecer à diretoria, ao torcedor são-paulino. O jeito de retribuir é fazendo gols e títulos. O passado a gente não pode mudar, mas o futuro a gente consegue.
Arrependimento na carreira
– Único arrependimento que eu tive é que fiquei muito longe deles (família). Saí com 11 anos de casa. Minha mãe está aqui e tenho certeza que ela vai chorar. Ela me entregou para o meu pai na frente do ônibus, falou que era minha casa, onde mora, quando voltar para voltar. Meu arrependimento é esse, de não ter levado minha família para onde eu fui. Tenho a idade que tenho, daqui para frente vai ser diferente.
Estreia no São Paulo
– Isso não vai depender de mim, se pudesse colocava a chuteira e ia para o jogo para amanhã. Acabei de almoçar com o pessoal... Ual, queria muito estar nesse jogo amanhã. Vou estar no estádio, torcendo da arquibancada para que o São Paulo tenha uma boa vitória.
Posição em campo e lado popstar
– Se eu jogo de 9 ou 11 vai depender do treinador. Quem vai decidir é o Cuca, posso jogar de 9 e 11. Tenho de agradecer a Deus por ter colocado a minha namorada na minha vida, a família dela, que é muito do bem. Fico feliz pelo o que Deus tem colocado na minha vida hoje.
China
– Eu tive dois anos na China, foram para mim um aprendizado. Chegar e não falar a língua é muito difícil. Se reencontrar com pessoas que não sabem que vai chegar o nível da sua conversa... Eu fiz de tudo. Na China vai ver o carinho que eles têm comigo. Entrei em um clube que tinha acabado de chegar da segunda divisão, consegui ser artilheiro, levar para Champions League da Ásia, ninguém esperava. O que aconteceu fora de campo e com o que aconteceu em campo chegamos num acordo. Nunca briguei com ninguém. Todos ficaram tristes, o chinês quando gosta da pessoa te trata muito bem. Como dei meu máximo, eles me retribuíram fora de campo. Ele me convidavam para jantar, me davam presentes. Essas brigas não existiram.
Amadurecimento
– Muitas coisas que vieram na mídia quando eu era novo nunca me posicionei. Sempre fui mais na minha, não fui bem estruturado. Não posso mudar, foi aprendizado. Muitas coisas que saíram na internet, que pessoas falaram de mim é porque não me conhecem. Eu não ia na mídia para falar que é mentira ou verdade. Sempre fui na minha, muitas coisas vão mudar daqui pra frente. Sou um cara diferente.
Mais sobre Seleção
– É obvio que penso na Seleção. Quando estava na China, eu torcia porque o pessoal estava indo... O Gil foi, o Tardelli, o Renato, o Paulinho... Ficava na expectativa porque estava numa sequência de jogos bons. Não é agora que volto que vou desistir. Vou trabalhar. Quero me dedicar ao máximo. Pena que não vou conseguir jogar o Paulistão, só o Brasileirão. Eu vou chegar lá, vou chegar na Seleção, vou trabalhar para realizar meu sonho de chegar na seleção novamente e fazer aquilo que mais gosto, que é vestir a camisa da seleção brasileira. Tenho certeza que vou conseguir.
Atual fase do São Paulo
– O que eu estava conversando com o pessoal, time e diretoria sabem da força do São Paulo. Quando vem derrota começa a perder confiança. Quando tem sequência de vitória, o moral começa a voltar. O São Paulo está recuperando a confiança, fico feliz de estar perto do São Paulo, quero estar perto amanhã. Sei o quanto é importante para um menino novo que está subindo da base ter confiança da torcida e da diretoria. Eles estão dando resultados. Os mais velhos estão ajudando, a diretoria está atrás ajudando, apoiando. Tenho certeza que um título vem aí o mais rápido que todos não imaginam.
Momento na carreira
– Todo mundo comentou e falava para mim que o melhor ano da carreira é quando chegava nos 27, 28, 29, 30 anos... Estou sentindo que é meu melhor momento, venho com uma cabeça diferente, para que eu possa ser ajudado e também ajudar. Saí muito cedo de casa, conversei com a minha mãe, que falou que daqui não vou sair nunca mais. Fico feliz de ter voltado, de o Raí ter me mandando mensagem, de o Leco ter ligado para mim e para meu pai, de o Pássaro ter me ligado, de encontrar o Lugano aqui, um ídolo. Não tem outro lugar melhor do que entrar aqui todos os dias para treinar. Não vejo outro lugar melhor para fazer aquilo que eu gosto, que é jogar futebol.