Desde 2005, quando foi para a Europa, o goleiro Julio César sempre enfatizou que não queria mais voltar a jogar no Brasil. Hoje, pela primeira vez, o atleta mudou o discurso. Ele já considera a possibilidade de retornar ao país e defender a camisa do time de coração: o Flamengo.
- Eu era apaixonado pelo Inter (de Milão), mas paixão não é igual a amor. Paixão é aquela coisa intensa, mas passageira. Amor é uma coisa que pode ser que dure para sempre. É assim comigo e o Flamengo. O que eu sinto pelo Flamengo vai ser para a minha vida toda. Vai durar para sempre, não tenha dúvida.
Julio disse que até a família pede que ele retorne ao time rubro-negro.
- Antigamente, eu tinha essa ideia fixa de não querer jogar mais no futebol brasileiro. Mas foi aquela coisa de momento. Eu acho que fui muito infeliz na minha resposta naquele momento. Hoje eu já penso diferente. Meu filho nunca me viu jogar no Brasil. Tenho um primo que foi para os EUA antes de eu entrar no profissional do Flamengo. Ele não viveu esse momento meu e ele me pede muito isso, porque ele é flamenguista.
Mas, por enquanto, a realidade do goleiro de 33 anos é o pequeno Queens Park Rangers, da Inglaterra. O time subiu para a primeira divisão do futebol inglês há um ano. Será o fim da carreira? Não. Para Julio, é o recomeço.
- Na Itália, eu tive a oportunidade de ganhar muitos títulos, de ficar conhecido mundialmente. O fato de vir para cá é um recomeço. Para mim, a Champions League seria o projeto do QPR dar certo. Digamos que amanhã o Queens se torne um time respeitado como o Chelsea ou Manchester City. Vão dizer: o Julio César acreditou no projeto, esteve aqui desde o começo.
Mesmo no time pequeno, os sonhos do goleiro são grandes e ultrapassam a Europa. Ele deseja voltar à Seleção Brasileira para disputar a Copa de 2014.
Para isso, Julio deixou no passado a falha na Copa do Mundo de 2010, quando tomou o primeiro gol da Holanda, que eliminou o Brasil nas quartas de final. O goleira acredita que ainda tem chance com a camisa amarela e vai fazer de tudo para ficar com a vaga.