Pivô da seleção brasileira feminina de basquete por 17 anos, Alessandra está na reta final da carreira. Perto de completar 41 anos, a jogadora, de 1,98m de altura, ainda está em atividade no Ponta Grossa Basquete, atual campeão paranaense. Mas já faz planos para quando deixar, em breve, de atuar profissionalmente: trabalhar como educadora de jovens atletas.
- Eu gosto de jogar, gosto de treinar, de estar na quadra. Não sinto dor, então, continuo jogando. Mas estou estudando também. Já estou tentando passar a minha cabeça de atleta de alto nível para a de educadora, que é algo totalmente diferente. Quero passar toda essa experiência que vivi em mais de 20 anos de carreira para essa nova geração. Quero trabalhar com a meninada, fazer essa turma crescer. O basquete é um esporte muito complexo. É preciso ensinar os movimentos e treinar os talentos desde pequenos - revelou a jogadora.
Convidada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para ser embaixadora do Campeonato Brasileiro sub-15, realizado na última semana, em Poços de Caldas-MG, Alessandra teve a oportunidade observar cerca de 550 adolescentes que praticam a modalidade. A pivô elogiou o nível do torneio, considerado por ela fundamental para que o basquete reconquiste um espaço que foi perdido para o vôlei nas últimas décadas.- Nós tivemos grandes problemas nos últimos anos nas categorias de base, nos campeonatos, na renovação.
Somos um país muito grande e temos, especialmente no basquete, muitos talentos desperdiçados. Isso me entristece, porque poderíamos estar muito melhor. Perdemos o campo um pouco para o vôlei. Hoje, as meninas mais altas não jogam basquete, jogam vôlei. Alessandra pediu uma união de todos os envolvidos no basquete para aumentar o número de competições para os jogadores de base. Para a atleta, os torneios ajudam a manter as promessas em atividade e contribuem para a revelação de novos talentos.
- Temos que recuperar o espaço e, para isso, os campeonatos são muito importantes. Temos que massificar o esporte. Sei que há realidades diferentes, lugares sem bola, sem quadra para treinar. Mas temos que nos unir todos, CBB, federações, escolas, e buscar soluções com pequenas iniciativas. Vimos vários talentos e iniciativas interessantes aqui (no campeonato brasileiro) e isso precisa continuar com outros torneios, outros festivais. Esses jovens precisam se encontrar mais vezes, precisam jogar.