Na noite desta segunda-feira, o Vasco vive mais um momento de tensão no cenário eleitoral. A reunião da Junta Deliberativa deve servir para um novo adiamento de definição das eleições de 2014. Mas o encontro promete receber protesto formal do ex-presidente do Vasco Eurico Miranda, presidente do Conselho de Beneméritos e membro da junta eleitoral, que tentará sair da reunião com a data do pleito para o final de julho. O clube vive a instabilidade de um processo eleitoral que ainda não entrou no futebol, mas que provoca emoções do porteiro até o diretor de futebol e o diretor geral do clube. Assediado pelo Flamengo, Rodrigo Caetano garante que não conversou mais com as correntes políticas vascaínas desde seu retorno. A missão é planejar a temporada mesmo se ele não continuar no comando do futebol vascaíno.
O presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, responsável pela condução do processo eleitoral, disse na última sexta-feira que comunicaria a impossibilidade de marcar a eleição como pretendia para o final de julho. Ele recebeu um ofício da 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão para adiar a definição do pleito até o fim das investigações. Olavo vai levar esse documento para o encontro e deve seguir a recomendação policial, mesmo a contragosto do grupo de Eurico Miranda. Em nota, o Casaca! diz que a decisão de Olavo não faz sentido.
- A marcação das eleições do Vasco está vinculada a questões inerentes à lista de sócios elegíveis. Portanto, não tem nada a ver com a listagem de sócios eleitores. As eleições podem ser perfeitamente marcadas, ainda que a listagem de sócios eleitores permaneça em discussão. Portanto, se Olavo decidir adiar, mais uma vez, a marcação das eleições, estará apenas incorrendo em mais uma medida meramente protelatória - diz trecho da nota divulgada pelo grupo Casaca!, que incentiva os novos sócios, que são motivo de inquérito policial, a procurarem "seus límpidos respectivos direitos, responsabilizando aqueles que os acusam com termos chulos como "mensaleiros".
Outra ação que pode tumultuar ainda mais o cenário político-eleitoral do Vasco é o fim dos trabalhos da Comissão de Sindicância. O relatório final será entregue ao presidente Roberto Dinamite, que terá nas mãos a responsabilidade de aceitar ou rejeitar o trabalho. Mas este resultado também será levado para auxiliar a Polícia nas investigações. A delegacia de São Cristóvão quer ouvir esta semana Dinamite, o vice-geral Antônio Peralta, além dos pré-candidatos Eurico Miranda, Roberto Monteiro e Leonardo Gonçalves.
Enquanto isso, na véspera de um jogo válido pela sexta rodada do Brasileiro, o diretor de futebol Rodrigo Caetano tenta manter o time alheio ao conturbado processo eleitoral. Envolvido com o interesse do Flamengo em sua contratação, o dirigente só sai do Vasco se o grupo que entrar na presidência não quiser seu nome à frente do futebol do clube. Neste domingo, o ex-presidente Eurico Miranda garantiu, em participação no programa do Casaca! no rádio, a permanência do dirigente, caso ele vença o pleito no clube.
- Meu cargo é técnico. Antes de chegar ao Vasco, após receber o convite, falei com quase todos os possíveis candidatos. E o único pedido que fiz foi que tivesse paz e condição para trabalhar. Não pedi minha permanência e tampouco para que me tirem. Mas que eu tivesse condição de iniciar meu trabalho que futuramente seria conduzido por um deles. Com a minha permanência ou não, após as eleições, tenho que projetar o futebol do clube como se eu aqui estivesse, mesmo que futuramente eu seja substituído por outra pessoa. É um princípio básico - diz o diretor de futebol.