Os carros da Fórmula 1 foram para a pista do circuito do Barein nesta sexta-feira para os treinos antes da corrida de domingo, enquanto forças de segurança do governo, empenhado em garantir o sucesso do Grande Prêmio do país, entravam em confronto com ativistas determinados a promover "dias de fúria" após mais de um ano de protestos no reino árabe.
Na quinta-feira, véspera do primeiro treino livre, os protestos se espalharam por aldeias no entorno da capital, mas distantes do local da corrida. A polícia usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, em confrontos que já vinham fermentando durante a semana.
, foram reprimidos com violência no ano passado. Embora com intensidade mais reduzida, distúrbios continuam ocorrendo quase diariamente em bairros muçulmanos xiitas do país, e milhares de pessoas participam dos protestos contra a monarquia sunita.
A crise já havia levado ao cancelamento do GP do Barein em 2011, e a família real Al Khalifa esperava que a sua realização neste ano contribuísse para passar ao mundo uma imagem de normalidade.
A corrida - cuja realização custa cerca de 40 milhões de dólares ao reino - só foi confirmada na semana passada, após muita hesitação. Durante esta semana dois membros da equipe britânica Force India pediram para deixar o país depois de terem testemunhado um tumulto em uma via expressa no caminho entre o circuito e o hotel.
Em nota, as autoridades disseram que "alguns perturbadores e vândalos foram detidos por tomarem parte de comícios e reuniões ilegais, bloquearem estradas e ameaçarem a vida das pessoas ao atacá-las com bombas de gasolina, barras de ferro e pedras".
A Force India disse que fará apenas um treino limitado nesta sexta-feira, por estar preocupada com a segurança.
O público nas arquibancadas nesta sexta-feira era pequeno. A sexta-feira é o dia das principais preces islâmicas, e também de grandes protestos. O partido Wefaq e outros grupos xiitas de oposição convocaram manifestações para mais tarde num bairro residencial dos arredores da capital, Manama.
A oposição diz que 95 organizadores dos protestos foram detidos em ações policiais noturnas na última semana, e que 54 pessoas ficaram feridas nos protestos. A polícia não apresentou cifras de presos e feridos.
Embora jornalistas esportivos estejam em peso no Barein para a corrida, repórteres não-esportivos da Reuters e de outros veículos não receberam vistos para entrar no país.